Eleições e todos nós Eleições no Brasil sempre seguiram modelo que beneficia uma parcela rica
No próximo domingo o Brasil vai se defrontar consigo mesmo na voz dos 156 milhões de eleitores. Em Mato Grosso serão 2 milhões 469 mil.
Eleições no Brasil sempre seguiram um modelo de cartilha que beneficiaram historicamente uma parcela rica que se convencionou chamar de elite.
Eleição após eleição uma elite histórica indicou os candidatos a serem eleitos e os apoiou. Em determinados momentos pareceu que e eleição foi ganha por um “outsider”. Exemplo, em 1989, quando Fernando Collor de Mello venceu os principais líderes do país numa disputa de 22 candidatos.
Em 2002 venceu Lula numa aparente vitória popular. Grande engano. As mesmas elites entregaram o poder pra permanecerem no poder. No momento adequado pra eles, moveram as peças certas dentro do Congresso Nacional e interromperam o governo da linha esquerdista que eles mesmos tinham apoiado 14 anos antes. Continuaram donos do poder.
Poder significa dinheiro, orçamento federal, nomeações, licitações, corrupção e desvio do dinheiro público pra bancos, pra grandes empreiteiras, pra grandes partidos políticos, pra grupos privado e pras corporações públicas que dependem do orçamento federal. Entenda-se: o Estado serve pra atender prioritariamente quem comanda a política brasileira.
Em 2018 houve um fato inesperado que foi eleição de Jair Bolsonaro, fora desse jogo de continuação. A população seguiu um instinto chamado inconsciente coletivo e achou o seu rumo próprio.
Natural que o presidente eleito fosse atacado pelo sistema formado pelas corporações já citadas. Não se trata de política. Trata-se de retomada do poder político que controla e o Estado e este controla a sociedade dentro dos discursos histórias disfarçados de “bem coletivo”.
Neste domingo esses 156 milhões de eleitores estarão escolhendo o presidente da República num momento delicado. De um lado, a reeleição de Bolsonaro.
De outro a reeleição de Lula, com intervalo de 12 anos depois do fim do seu último mandato e 6 do último mandato petista. O Brasil não é mais o mesmo tanto pra Bolsonaro quanto pra Lula. As mesmas redes sociais por onde transitou a eleição de 2018 já não são as mesmas. Pra Lula elas não existiam.
Falar com a sociedade brasileira de hoje é o maior de todos os problemas. Até mais do que os problemas estruturais do país. No meio disso tudo, o que interessa é a aspiração da sociedade brasileira.
Cansada dos partidos políticos e dos próprios políticos, uma sociedade horizontal espera alguém capaz de responder a tantos anseios de um país repetidamente governado pelas corporações que usam o poder de governar em benefício próprio. Há na sociedade uma expectativa de futuro que pressionará ao extremo o presidente eleito.
Ai de quem se eleger pensando que governará como imperador do Brasil. A democracia transita hoje nas redes sociais em linguagem de povo. O desrespeito ao Estado estruturado do jeito que está é uma dura realidade. Quem se eleger estará sob o julgamento diário da mesma sociedade que o eleger.
A intolerância é grande demais pra tolerar governantes corruptos, autoritários, ineficientes ou ideológicos.
Talvez por tudo isso, a tecla “CONFIRME” na urna eletrônica nunca tenha sido tão relevante. A nação está cada dia mais consciente e mais dura com o Estado das elites tradicionais e históricas. Os donos da Nação estão nas redes sociais.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.
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