Na eleição Talvez se possa cravar que é eleição mais polarizada do Brasil nos tempos modernos
O TSE deu prazo para as Forças Armadas entregarem o relatório que fizeram sobre a eleição presidencial no primeiro turno. Não se obedeceu, alegou-se que isso será feito depois do segundo turno. Acredita-se que não encontraram erros na urna eletrônica. Não teriam o que mostrar mesmo.
A pergunta é saber por que as Forças Armadas, que tem função constitucional diferente, estão envolvidas com urna eletrônica? Pode até ter a imagem arranhada perante a opinião pública por obedecer ordem de “trabalho” do presidente que não faz parte das tarefas dessa instituição.
Outra mexida no tabuleiro do momento foi aquela de alguns do Congresso tentar criminalizar as pesquisas eleitorais. Acreditam que existem manipulações por parte dos institutos para beneficiar um lado do jogo político.
Será que todos os institutos, falam que são 14, estariam mancomunados para beneficiar o adversário do presidente? E se as pesquisas agora mostrarem Bolsonaro à frente do Lula? Deixariam de estarem manipulando resultados?
O TSE decidiu atacar mais de perto as fakes news com determinação para as plataformas retirarem as mentiras em até duas horas. Antes se dava prazo de até 24 horas. O STF deu respaldo a isso também. Por que só agora? Por que uma ação dessas não foi pensada ou aplicada desde o inicio da eleição?
Impressiona a quantidade de notícias falsas montadas pelas candidaturas. Tenho grupos de Zap com pessoas só da esquerda ou da direita. Os dois lados tem postagens que beiram ao delírio. O mais incrível é que tem gente que acredita nas mentiras que recebem.
Criaram-se claramente, nesta eleição, dois lados políticos: esquerda e direita. Antes se tinha os da esquerda, os da direita não se mostravam como agora. Em outras eleições, como naquelas entre PT e PSDB, era um lado mais à esquerda e o outro um tanto quanto indefinido. Aqueles que comungavam princípios da direita, como não tinham alternativos, acabavam votando no PSDB.
No futuro deve aparecer um partido que encarne esses princípios. Será a grande herança do Bolsonaro para a politica nacional. Muitos partidos vão desaparecer, pois não tem conteúdo ideológico e nem mesmo programático, não representam nada do jogo politico que vem pela frente. Muitas fusões partidárias ocorrerão.
Mais fatos e atos dessa disputa acirrada. Caso Roberto Jefferson que acaba respingando na candidatura Bolsonaro. Uma fala, que atingiria os mais pobres, de que o aumento do salário mínimo e das aposentadorias não seria mais pela inflação passada. Ou a de acabar com a dedução de gastos com saúde e educação no Imposto de renda, que atingiria a classe média. Todas foram desmentidas, mas usadas pela oposição.
Se Bolsonaro perder por pouco vai dizer que houve fraude? Arrumaria confusão? Uma coisa é certa: quem ganhar essa disputada eleição, com dois grupos claros na política, esquerda e direta, terá uma oposição ferrenha de quem for derrotado.
Alfredo da Mota Menezes é analista político.
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