Tudo muito esquisito Uma crônica sobre o não ir e o não vir de um viajante em casa
Este início do mês de novembro tudo está muito esquisito.
Terça-feira com cara de sábado, quarta parecendo domingo, quinta com jeito de segunda.
Depois temos a semana “quebrada” mais curta, encerrando na sexta.
Temos esse modelo de semana em quase todos os meses do ano para quem está aposentado e não precisa mais sair de casa.
Aqueles que aproveitam o feriadão do início do mês para viajar para cidades próximas, poderão ter uma surpresa e encontrar sua estrada bloqueada.
Fica impossível curtir a friagem da primavera, com um bom vinho e a beleza de cidadezinha, que é a Chapada dos Guimarães.
O pior seria pegar um voo direto para o Aeroporto Internacional de Guarulhos em São Paulo.
O infeliz ficaria impedido de chegar à cidade de São Paulo.
Aqui em Mato Grosso tornou-se uma aventura viajar por suas estradas nestes dias, que espero sejam curtos.
Enquanto isso, fico viajando neste mundo inimaginável, pensando na minha neta e bisnetos, que foram no domingo à Porto Alegre visitar a biso de 99 anos e a vó.
Encontraram um mundo mudado, com uma temperatura bem baixa, típica do inverno gaúcho, e a incerteza da volta.
Minha enfermeira acabou de chegar um pouco atrasada e me disse que teve dificuldade de sair da sua casa no bairro do Dr. Fábio até o local do seu emprego, por enfrentar barreiras de manifestantes, empunhando bandeiras nacionais.
Uma das minhas sobrinhas me avisa que a Polícia Militar de Mato Grosso havia liberado a rodovia da Chapada nas duas direções, tanto no sentido da ida como na volta.
Enquanto escrevo está crônica, leio pelas mídias sociais e ouço o pronunciamento do Presidente da República reconhecendo o resultado das eleições e condenando essas manifestações de insatisfação dos seus apoiadores.
A crise terminou de um dia esquisito e a crônica, também.
Gabriel Novis Neves é médico e ex-reitor da UFMT
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