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Opinião
Quinta - 08 de Dezembro de 2022 às 05:23
Por: Roberto Barreto

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O álcool em qualquer quantidade afeta o organismo, porém os efeitos imediatos dependem da quantidade ingerida, sendo que se usado de maneira prolongada pode causar diferentes tipos de enfermidades em todos os órgãos do corpo.

O consumo excessivo pode comprometer o sistema cardiovascular, hematológico, neurológico, além de distúrbios metabólicos e vários outros.

Em relação ao sistema digestivo, o álcool está relacionado ao aumento da incidência de câncer na boca, faringe, esôfago, estômago e intestino, incidência que, em alguns casos, pode aumentar se associada ao tabagismo.

Pode ainda piorar sintomas da doença do refluxo gastroesofágico, a inflamação do esôfago (esofagite), desencadeando lesões agudas da mucosa do estômago e, talvez, induzindo úlceras gástricas e varizes esofágicas secundárias. A cirrose hepática também é desencadeada pelo consumo excessivo do álcool.

Citamos ainda a insuficiência pancreática, precipitação de quadros inflamatórios no pâncreas e predisposição para o câncer pancreático.

Também pode levar à diarreia e emagrecimento, relacionada não só com a alimentação inadequada observada nesses pacientes, consequente de alterações pancreáticas, mas também por interferência na absorção dos nutrientes como vitaminas e aminoácidos na parede intestinal.

Por outro lado, o álcool pode causar alguma irritação nas mucosas que revestem a boca e a garganta, gastrite, inflamação que pode evoluir para úlcera. E também pode causar refluxo, que é quando o conteúdo ácido do estômago vai para o esôfago, provocando alterações na barreira de proteção da mucosa.

Beber demais ainda altera nossa microbiota, as bactérias boas que habitam o nosso intestino e o protegem de doenças. Por isso é que depois de exagerar é comum que a pessoa apresente diarreia ou fezes amolecidas, ainda mais se já tiver um quadro prévio de síndrome do intestino irritável.

É muito estreito o limite que separa o indivíduo que “bebe socialmente” do alcoólico crônico. Com o passar dos anos e a continuidade do hábito, a tendência natural é aumentar a quantidade, seja no volume ou na frequência, assim, sem perceber, o indivíduo ultrapassa o limiar do aceitável ou tolerável pelo seu organismo.

Assim que surgem as consequências, com destaque para a esteatose hepática, chegando até um quadro de cirrose hepática e, por muitas vezes, o óbito.

Portanto, beba com moderação!!!

Dr. Roberto Barreto é gastroenterologista e endoscopista, presidente da Sobed/MT e integra as equipes do Instituto de Gastro e Proctologia Avançada (IGPA), Clínica Vida e Centro de Endoscopia de Cuiabá (SEC).



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