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Opinião
Segunda - 08 de Agosto de 2011 às 14:36
Por: Reginaldo Gonçalves

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As grandes transformações societárias intensificam-se no ramo varejista de medicamentos. Embora seja um segmento de negócios que, aparentemente, trabalha com preços sugeridos pelos revendedores e a indústria, algumas redes de drogarias unem-se para agregar sinergia, minimizar custos e aumentar o faturamento, alcançando resultados de maior eficiência aos olhos dos acionistas.

É nesse contexto que surge a Raia Drogasil, fusão naqual a Drogasil mira, sobretudo, proteger o mercado conquistado, principalmente em São Paulo. A perspectiva dessa união é a de que haja um fortalecimento do poder de fogo ante os fornecedores, principalmente dos produtos genéricos. Com relação ao CADE, muito dificilmente haverá mudanças, pois a participação no mercado de ambas chegará a cerca de 8,3%.

As duas empresas juntas têm potencial de faturamento em torno de R$ 4,1 bilhões, com cerca de 700 lojas, sendo o peso maior no mercado paulista, com a faixa de 50%. A Droga Raia, em 2010, obteve lucro de R$ 1,7milhão, com faturamento em torno de R$ 1,9 bilhão. Ou seja, a margem líquidafoi muito baixa, em torno de 0,09%, bem diferente do que ocorreu com a Drogasil, cujo lucro foi de R$ 89 milhões e o faturamento de R$ 2,1 bilhões, atingindo a margem líquida de 4,2%.

Com a fusão, espera-se que haja maior sinergia entre as organizações, mesmo porque muitas das lojas poderão desaparecer, já que, àsvezes, na mesma quadra haverá a Raia e a Drogasil. Para haver uma melhoria das duas companhias quando elas se juntarem, a sinergia não é a única alternativa, mas sim trabalhar todas as estratégias possíveis para sua manutenção no mercado de maneira sustentável, já que o resultado apurado entre as duas demonstra que a Droga Raia, a título de resultado, foi bem inferior ao apurado pela Drogasil.

A princípio, a união poderá prejudicar os consumidores finais, mas estes poderão ter alternativas com preços diferentes pelos que serão praticados por essa nova empresa. O que não poderá ocorrer é a dependência de medicações, podendo deixá-los de saia justa.

Os desafios estão no futuro e na manutenção de medidas austeras de redução de custos. Sinergia, diminuição de pontos de vendas, demissões e aquisição a preços menores de remédios e produtos aos fornecedores precisarão ter impacto significativo para que as margens da empresa ganhem musculatura e  sejam melhoradas no resultado consolidado, propiciando retorno justo aos acionistas.


* Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina.



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