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Opinião
Segunda - 12 de Dezembro de 2022 às 06:48
Por: Renato de Paiva Pereira

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“Maldição do conhecimento” é a tendência de falarmos ou escrevermos sobre alguma coisa considerando que os ouvintes ou leitores têm informações prévias sobre ela.

Assim abusamos dos jargões ou expressões próprias de cada profissão ou grupo social supondo que seus significados sejam conhecidos de todos.

A própria “maldição do conhecimento” está definida como “um viés cognitivo que ocorre quando alguém assume que seu interlocutor tem conhecimento prévio do assunto tratado”.

Veja que para definir a “maldição do conhecimento” já estamos usando e abusando dela, pois “viés cognitivo” é uma expressão que não está suficientemente popularizada entre todas classes ou pessoas e não explica com clareza o seu significado.


Os teóricos e pesquisadores do clima, por exemplo, sofrem deste mal e também da “Ilusão do conhecimento” que é a tendência de nos acharmos mais sabidos do que realmente somos.

Os maiores inimigos da humanidade, segundo os teóricos do clima, seriam os gases de efeito estufa (GEE). Os tais cientistas, baseados em simulações e projeções de computadores, garantem que com as taxas atuais de emissão de gases de efeito estufa, as temperaturas médias podem aumentar em 2°C, até 2050, limite máximo aceitável para manter a vida tal qual é hoje.

Os grandes responsáveis por este possível aumento da temperatura seriam as emissões antropogênicas (olha a maldição do conhecimento aí de novo) que traduzida para o vocabulário nosso comum de cada dia são as emissões de gases provocadas pela atividade humana, principalmente o gás carbônico (CO2), originário da queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão, gás natural) e o desflorestamento.

Os cientistas através dos seus jargões e linguagem hermética de seus relatórios tem alertado o mundo que estamos a um passo da catástrofe climática.

É muito provável que estejam exagerando, mas não temos, por enquanto, como certificarmos que estão errados.

Assim, diante de tamanha dúvida parece melhor crermos, embora mais à frente se prove que é alarme falso do que não acreditarmos e, no futuro, quando o estrago for irreversível, descobrirmos que os cientistas do clima estavam certos quando afirmavam que se não nos prevenirmos a temperatura da terra vai aumentar muito tornando-a um lugar hostil para a vida.

Provavelmente a humanidade na sua evolução natural chegou até aqui porque os homens creram nos perigos que outros sapiens narravam quando diziam, por exemplo: “evitem caçar naquele banhado, lá tem muita cobra”. Era melhor acreditar, mesmo que fosse mentira, do que abusar da sorte e sendo picado por uma serpente, perder a vida.

Na verdade nós como pessoas sabemos muito pouco dos “mistérios” da natureza, mas baseados em nossa “ilusão do conhecimento” tomamos posições de acordo com o pensamento de nosso grupo social: as pessoas mais à esquerda tendem a acreditar nas previsões catastrofistas e as de direita a duvidar delas: estas querem plantar lavouras, aquelas manter as florestas.

Eu, como sou de centro penso que os cientistas exageram, mas não estão de todo errados. Creio que realmente têm cobras no banhado, todavia sabendo evitá-las, dá pra caçar nele. Ou seja, com cuidado e bom senso podemos explorar as riquezas da terra.

Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor.



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