ALFREDO DA MOTA MENEZES
Estudando fakes news em escolas A Justiça, aqui e fora, tem tentado impedir ou punir autores de notícias falsas
A mídia social chegou para revolucionar as relações e a comunicação entre pessoas e grupos em qualquer lugar, a qualquer tempo ou linguagem.
Mas, com ela, veio junto uma preocupação também gigante e mundial: as notícias falsas ou fakes news, como é chamada também no Brasil. Mensagens mentirosas sobre um monte de assuntos que trás consequências pessoais, politicas, econômicas e tantas outras. E vieram para ficar.
Países nórdicos, com a Finlândia à frente, entenderam o tamanho da encrenca e vão levar o tema para salas de aulas do ensino básico. Também os EUA falam em enveredar por aí.
Ensinar aos jovens conhecer e identificar uma notícia falsa. Como não ser manipulados ou usados por algo não verídico e que parece ser autêntico. Essa experiência nesses países vai acabar espalhando pelo mundo como alternativa de se combater as fakes news.
A decisão desses países mostra claramente que o uso da mídia social para se levar notícias falsas veio para ficar mesmo. Fará parte da vida das pessoas em qualquer parte do mundo. Espichemos um pouco mais essa conversa.
Chegou-se até a acreditar que os meios tradicionais de divulgar notícias, imprensa escrita ou falada, estavam fadados a desaparecer. Fatos mais tarde mostraram o inverso, fazendo até mesmo aumentar a audiência desses órgãos porque trabalham para ter a informação correta.
A Justiça, aqui e fora, tem tentado impedir ou punir autores de notícias falsas. Mas é uma missão difícil e complicada identificar autores. Pode, como tem feito, tirar do ar essa ou aquela matéria mentirosa ou até mesmo punir um ou outro autor.
Pode, como faz em alguns momentos, criar um tipo de punição para a plataforma de onde veio aquela notícia nadinha verdadeira e que trouxe consequências nessa ou naquela direção. Mas é um mínimo de acertos de atuação perante um mundo de notícias falsas rodando por todos os lados.
Autor dessas notícias pode não ser identificado. Pode postar a notícia falsa de qualquer lugar do mundo. Quantos casos, já mostrados pela imprensa, de gentes do Brasil mandando do exterior informações erradas sobre muitos temas, incluindo o momento politico nacional.
Tem pessoas que arguem que a atuação da Justiça contra certas notícias, ditas falsas, seria censura. Que fere, no caso brasileiro, principio constitucional que prevê a liberdade de expressão.
O ponto de vista contrário é de que não se tem na Constituição garantia para que alguém possa denegrir outra pessoa ou instituição com informações mentirosas. Seria um absurdo aceitar isso.
Alguém, com intenção malévola, mente sobre uma família para tirar algum beneficio ou por simples maldade mesmo. Cria um mundo de mentiras sobre o outro lado, sem provas, e isso seria permitido?
Vimos agora na eleição no Brasil os lados políticos contando mentiras e lorotas sobre adversários em disputas. Não tem santo nesse assunto.
Temos que conviver com as fakes news e aprender a destrinchá-las para não sermos manipulados para esse ou aquele lado. Países começam a ensinar isso até em escolas.
Alfredo da Mota Menezes é analista político.
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