ONOFRE RIBEIRO
Ano vai, ano vem Pra compreender expectativas de 2023 será necessário resgatar registros de 2022
O próximo artigo neste espaço já será escrito em 2023.
Pra compreender as expectativas mínimas de 2023 será necessário resgatar alguns registros de 2022. Foi daquele tipo “o ano que jamais será esquecido”.
Vamos listar alguns registros e avançar nalgumas expectativas. O ano começou sob a expectativa das eleições gerais no país. Em especial a presidencial.
1 – candidatura ou não do ex-presidente Lula nasceu conflituosa, manteve-se conflituosa junto ao eleitorado e à sociedade por conta das suas condenações judiciais mal
2 – o desgaste político do presidente Bolsonaro face a alguns eventos cruéis como a pandemia de três anos, os desdobramentos econômicos, sanitários, políticos, sociais, desemprego, queda da renda da população, inflação alta e o desemprego, preço alto dos combustíveis, além da quebra na economia e no crescimento do país em 2020, 2021 e 2022. Soma-se a tudo isso os efeitos da guerra da Ucrânia-Rússia;
3 – a excessiva polarização política entre Bolsonaro e Lula, reduziu a sociedade e os eleitores brasileiros à absoluta falta de opção de programas de governo, ou de propósitos de curto, médio e longo prazos;
4 – o lento desmonte da gestão por conta da polarização e dos conflitos do presidente e de sua gestão com a mídia e com a elite do serviço público. Essa elite corporativa enxergou no ex-presidente Lula vantagens, direitos e proteção oficial;
5 – a polarização exagerada com o Supremo Tribunal Federal que a partir de 2021 exerceu o governo mais do que o presidente da República;
6- Polarização e distância do presidente Bolsonaro com o Congresso Nacional num absurdo conflito de interesses políticos e partidários sobre os interesses da nação. A História precisará debruçar-se no futuro pra decifrar essa guerra de anti-nacionalismo absoluto;
7 – Por fim, eleito o ex-presidente Lula com 60 milhões de votos, ele começa a governar com oposição popular na frente dos quartéis e com 96 milhões de eleitores que não votaram nele (58 milhões votaram em Bolsonaro e 36 não votaram na eleição);
8 – Concretamente, o governo novo já se inicia num ambiente muito conflitado social, política e economicamente. Expectativas demais e possibilidade de respostas pequenas face aos sonhos saídos das urnas;
9 – O Tribunal Superior Eleitoral criou um clima de confronto e desconfiança com a sociedade que dificilmente será extinto ao longo do próximo mandato. Os setores econômicos ficaram muito feridos e certamente darão respostas. Clima muito perigoso;
10 – Esperava-se um governo modernizado e sintonizado com os novos tempos do mundo e do país. O arquétipo até agora desenhado é do retorno do velho Partido dos Trabalhadores carregando as mesmas bandeiras de erros que o tiraram do governo em 2016.
Conclusão: 2022 nunca será esquecido. 2023 começa com a vocação de ser lembrado no futuro com os mesmos medos e receios de 2022. E com uma sociedade de 215 milhões de habitantes inseguros e inquietos que incorporaram de forma independente esse poder de massa.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.
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