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Opinião
Sábado - 31 de Dezembro de 2022 às 08:03
Por: NEILA BARRETO

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O Museu da Caixa d`Água Velha localizado no morro do mesmo nome à rua Comandante Costa, em Cuiabá é um museu vivo e não morto.

Ele está inscrito entre as 305 instituições museológicas do país, cujo objetivo principal é desenvolver uma agenda de atividades sobre água, educação pela água, aquecimento global, palestras, visitação de alunos, bem como, sintonizar os trabalhos dos museus com o meio ambiente e, não receber arquivo morto de fotos aliadas a outros temas, aliás com arquivo incompleto e desordenado, o que vai confundir a cabeça das crianças e visitantes. Coisas de aprendiz de feiticeiro que não respeita um monumento tombado com o objetivo fim: a água de beber no espaço urbano de Cuiabá.

Em Cuiabá esse novo conceito de museu já é uma realidade. Procurando esclarecer à população que os museus também se preocupam com os assuntos do presente, do futuro e principalmente do meio ambiente, a Prefeitura Municipal inaugurou o Museu do Morro da Caixa d’Água Velha, na Rua Comandante Costa. Este é o objetivo fim. E eu tenho orgulho de fazer parte dele.

Antigo reservatório de água inaugurado em 30 de novembro de 1882, no governo do presidente de província José Maria de Alencastro, construída pelos empresários gaúchos João Frick e Carlos Zanota, o reservatório possuía a capacidade para armazenamento de 1 milhão de litros de água, cuja distribuição era feita por gravidade à população cuiabana. É um novo espaço de contemplação da cidade, da cultura e das práticas da educação ambiental, sem deixar de ser um espaço de memória e, precisa ser respeitado como tal.

Outro espaço é o Memorial da Água “Eng. José Luiz de Borges Garcia” situado nas dependências das Estações de Tratamento de Água, no bairro Quilombo. O local funciona como fonte de memória e de educação ambiental.

Dessa forma, Cuiabá sai na frente, onde os seus projetos de popularização da ciência e da implantação do Museu e do Memorial voltados para a preservação da memória com foco na preocupação com o meio ambiente, ganham espaços revitalizados disponíveis à população.

Historiador que é o professor Wilson Santos valorizou os projetos de pesquisa história sobre o estudo do abastecimento da água, e, viabilizou em parceria com a antiga Companhia de Saneamento da Capital – SANECAP/IPDU/FAPEMAT o Museu, o Memorial oportunizando a população cuiabana a interação com o passado, presente e futuro.

Dessa forma, encarecidamente solicitamos ao prefeito municipal de Cuiabá, por meio da secretaria municipal de turismo que corrija o engano que cometeu ao colocar no museu da caixa d´água fotos de intendentes e prefeitos de Cuiabá, aliás incompletas e com falhas. Esse acervo pertence ao Museu do Rio “Hid Alfredo Scaff”, o qual foi aí colocado da gestão do prefeito Roberto França. Os gestores dos acervos devem respeitar a história e a cultura. A história é dinâmica. Os museus e seus acervos possuem caminhos técnicos. A salvaguarda de cada um deve seguir os propósitos e objetivos dos museus.

Assim, a secretaria municipal de turismo de Cuiabá deve retornar ao Museu do Rio o seu acervo de fotos originais, de onde nunca deveria ter saído. Lá é o museu de Cuiabá. Lá deve ficar os intendentes, os gestores do município de Cuiabá e não na Caixa d´água velha. Não devemos confundir os caminhos da história e do meio ambiente.

A gestão da caixa d´água deve elaborar a agenda de visitação dos museus junto às escolas públicas e privadas, elaborar palestrar, mostrar a importância da educação pela água, das suas danças, dos seus folclores e da sua cultura. Agradecemos as providências. Aguardamos a correção da história.

Neila Barreto é jornalista, mestre em História e membro da AML.



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