É possível viver sozinho? Vida em comunidade é fator mais relevante quando se fala em bem-estar e saúde
Uma das pesquisas mais longevas da humanidade é realizada há mais de 80 anos pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Aliás, me arrisco a dizer que ela não é “uma das”, se não a única pesquisa tão longa realizada pela humanidade até hoje.
Intitulado de “Estudo sobre o Desenvolvimento Adulto” (Study of Adult Development), o levantamento teve início em 1938 e se propôs a acompanhar jovens de características diversas ao longo de suas vidas, monitorando seus aspectos físico, mental e emocional.
O estudo, inclusive, ganhou fama nos últimos anos devido a palestra do psiquiatra Robert Waldinger, atual diretor e coordenador do levantamento, no TED Talks. Com o tema “O que torna uma vida boa? Lições do estudo mais longo sobre a felicidade?”, Waldinger destrinchou o tema.
Resumidamente, o que o pesquisador apresentou é que o “segredo da felicidade” está na força dos relacionamentos. Ou seja, a vida em comunidade é o fator mais relevante quando se fala em bem-estar e saúde.
O estudo, inclusive, aponta que esta manutenção dos relacionamentos reflete em nossa saúde, sendo capaz de reduzir os riscos de doenças crônicas e mentais, como a perda de memória.
Fazendo um paralelo e me voltando para o empreendedorismo, é fácil notar que aí também está o segredo para manter um negócio “vivo”. Posso dizer que um negócio não apenas “vivo”, mas principalmente saudável, terá total relação com uma boa rede de contatos, o nosso bom e velho “networking”.
O networking, aliás, é uma ferramenta de ouro e, se usada com estratégia, refletirá ativamente nos negócios. Uma pesquisa do LinkedIn, por exemplo, mostrou que mais de 70% dos profissionais são contratados em empresas onde eles já têm uma conexão.
Outro levantamento, desta vez da Forbes Brasil, indica que para um bom networking é bom saber identificar qual é “sua turma”, ou seja, quem está em um momento parecido com o seu e que te impactaria positivamente nos negócios.
Assim, como nos mostra a pesquisa de Harvard ou ainda levantamentos voltados para os negócios, as nossas conexões refletem de forma profunda em nossa vida.
Respondendo a minha própria pergunta no título deste artigo: sim, é claro que é possível viver sozinho. Mas será que você viveria bem e de forma saudável e longeva? Estar vivo é uma dádiva e é preciso saber aproveitar. Afinal, como diz aquele já clássico ditado africano: sozinho se vai mais rápido, mas acompanhado se vai mais longe.
Mário Quirino é especialista em desenvolvimento humano.
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