Estupro, não há dúvida O que aconteceu foi um estupro. Crime grave, com penas altas
É inacreditável! Aliás, pessoas mundialmente ficaram assombradas com o terrível crime cometido pelo jogador de futebol, D.A. Como o esporte que ele pratica é o mais valorizado por aqui, geralmente jogadores são ídolos, inclusive, de crianças e adolescentes que almejam seguir os respectivos passos.
Todavia, o que a mídia externou foram momentos de terror vividos por uma jovem solteira, de 23 anos, e que tencionava se divertir. O local do crime foi em um bairro nobre de Barcelona, na boate Sutton Club, destino dos famosos e famosas por lá.
Segundo narrado pela imprensa, o jogador estava em uma mesa na área vip com os amigos. Mas, a todo momento ficava chamando a mulher e as suas amigas para estarem a convite dele na área vip. Após tanta insistência do agressor, a mulher e suas amigas decidiram por aceitar estar no mesmo local com eles.
E aqui possivelmente as críticas acontecem no sentido de as mulheres terem aceitado o convite para ocuparem a área vip juntamente com D.A. e os seus amigos.
Todavia, aceitar um convite, estar em um mesmo local, não autoriza o cometimento de delitos sexuais. Imagina se isso fosse possível: não seria conveniente aceitar convites para eventos e festas de ninguém.
Atendo-se aos fatos, e de que ninguém é obrigado ou obrigada a manter relacionamento sexual com outrem, em qualquer local que seja, a mulher foi violentada por um ídolo do futebol.
Em dado momento da balada, após as mulheres aceitarem o convite para o espaço vip, narram testemunhas e a vítima, que D.A. tentou passar a mão em partes íntimas das mulheres, e, ainda, tentou com que elas passassem as mãos em suas partes íntimas também. E, em ato de extrema covardia, chamou a vítima para entrar em uma porta com ele.
Ela, pensando se cuidar de outro espaço vip, para o local se dirigiu. Ao entrar no lugar se cuidava de um banheiro, tendo ele a trancado, impedindo a saída.
Então, a obrigou a diversas violências sexuais, com tapas em seu rosto por estar se negando a realizar os atos. Tendo pedido para sair, foi puxada por ele e obrigada a sentar no seu colo. São palavras dela: "Ele me agarrou pela nuca, não sei se também pelos cabelos e me jogou no chão, machuquei o joelho".
Através das imagens armazenadas por câmeras contidas na boate, foi possível vislumbrar a vulnerabilidade e a fragilidade momentânea da vítima, e com o registro de 15 minutos no recinto. Após a saída do banheiro, depois do agressor, como ele havia ordenado, a vítima foi amparada por pessoas que trabalham na boate, seguranças e amigas.
As câmeras do dia mostram o desespero dela ao sair do banheiro, após ser violentada sexualmente. Os profissionais que a atenderam no hospital – Hospital Clínic – averiguaram as lesões causadas pela agressão sexual.
De outro turno, a polícia fez a coleta de fluidos corporais, inclusive seminal, que se encontravam no espaço do cometimento do delito e no vestido da jovem. Impressões digitais dele foram encontradas nela. Exames detectaram o estupro. A descrição da tatuagem do homem pela vítima, em parte íntima do seu corpo, também foi elemento de prova.
O homem, instado a manifestar sobre o episódio delituoso, primordialmente disse não conhecer a mulher. Depois, que se encontrava no banheiro quando ela entrou.
Após, quando as provas não puderam ser escondidas, afirmou ter a conhecido sim, e mantido relação sexual consensual. A prisão só foi provável por estratégia utilizada pela investigação espanhola, tendo em vista que não se encontrava mais no país, quando os fatos se descortinaram.
A pergunta que não quer calar: será que se as câmeras não estivessem filmando entrada e saído do banheiro e vítima chorando, o crédito para as palavras dessa mulher seriam dados?
Sim, estamos falando do jogador mais velho a atuar na Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo, e com passagens por clubes como Barcelona, PSG e agora Pumas (México). E mais, trata-se em um homem casado, pai, e com aproximadamente 43 títulos, sendo o jogador com mais títulos conquistados na história do futebol.
Como pode, estariam dizendo algumas pessoas... Teria cometido uma loucura, um ato impensado, um desatino, ou imbuído de forte emoção? Nenhuma das alternativas.
O que aconteceu foi um estupro. Crime grave, com penas altas, que é altamente repudiado socialmente, pelo qual deverá ser responsabilizado. Final de carreira com uma mácula, ou melhor, delito, que jamais se apagará da sua existência. Simples assim...
Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual.
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