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Opinião
Segunda - 20 de Fevereiro de 2023 às 06:56
Por: Gabriel Novis Neves

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Só de verificar os dias que sobram deste curto mês de fevereiro de apenas vinte e oito dias, sinto-me cansado.

Cansado de nada fazer, com todo mundo querendo tirar umas feriazinhas para esticar a semana de “feriados” do carnaval.

Consultando minhas anotações sobre feriados mundiais, nacionais, estaduais e municipais, o terceiro dia de carnaval não mereceu nem um número em vermelho no calendário da minha mesa de trabalho.

O número do dia quando está em vermelho significa que é domingo, ou ninguém é obrigado a trabalhar

O número do dia quando está em vermelho significa que é domingo, ou ninguém é obrigado a trabalhar.


Não se esquecendo que todo o trabalhador brasileiro é obrigado pelas leis trabalhistas a gozar trinta dias de férias por ano.

Algumas classes sociais privilegiadas podem ter até quatro meses de férias remuneradas por ano.

Estes não precisam consultar seus calendários, pois durante um terço do ano estão em pleno período de férias.

No carnaval temos o domingo, como todos os domingos com seu número em vermelho sinalizando ser o dia de descanso.

A terça-feira, que marca o último dia de carnaval está com o seu dia com o número em preto, que significa trabalho.

Como o brasileiro é apaixonado pelas folias do Momo e gosta de brincar, pular, fantasiar e desfilar nesse período, o governo decreta feriado na terça feira.

Faz olhos de desdém para o sábado chamado de “sábado gordo” e a segunda-feira de carnaval.

Nesses dias pela manhã, o Rio de Janeiro, considerada a capital do carnaval do Brasil, o tradicional Bloco da Bola Preta saía da sua sede nas proximidades do Teatro Municipal.

Eram milhares de foliões fantasiados com as cores do Bloco, “branco e preto”, pelo centro cantando “Cidade Maravilhosa”, hino oficial do carnaval carioca.

Em carro alegórico o Rei Momo e a Rainha do Carnaval fantasiados à caráter.

O rei era sempre muito gordo e a rainha muito magra.

A multidão que acompanhava o bloco era embalada pelos extraordinários músicos de instrumentos de sopro e ritmistas.

Os comerciantes não se aventuram a abrir seus estabelecimentos, no sábado de carnaval pela manhã.

Era uma atração turística o desfile do Bola Preta e seus bailes carnavalescos.

Na quarta-feira de Cinzas, no período matutino, o trabalhador é dispensado do trabalho pelo poder constituído das cidades, voltando a funcionar após às 12 horas.

Cansei em escrever sobre tantos feriados, que nem uma pintura vermelha tem em seus números do meu calendário.

Gabriel Novis Neves é médico e ex-reitor da UFMT



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