A felicidade é analógica O uso generalizado de redes sociais esta deixando as pessoas menos felizes
O que é felicidade para você? Ter um milhão de seguidores? Engajamento 24/7? Num mundo onde somos bombardeados por comparações sociais o tempo todo a internet também mostra que a felicidade é mesmo analógica.
Um estudo do professor Derrick Wirtz, da UBC Okanaga, examinou a relação entre a rede social e a satisfação com a vida. E explica que não é quando, mas como usamos a rede social que cria negativamente um impacto em nossa sensação de felicidade.
Todos os dias, bilhões de pessoas interagem nas redes sociais. No entanto, o uso generalizado esta deixando as pessoas mais insatisfeitas. Por que?
Primeiro a tecnologia por traz da arquitetura digital das redes sociais mechem com o cérebro do ponto de vista comparativo, ou seja, tem sempre alguém mais bonito, melhor, mais rico que você.
Segundo o auto isolamento se tornou uma prática padrão, ao menor desconforto viramos nossos olhos para as telas e somos confinados em nossas bolhas digitais, que gotejam nossos likes por conta gotas o tempo todo.
Embora as interações cara a cara estejam associadas à satisfação e ao contentamento, a maioria de nós prefere buscar a ideia de felicidade nas redes do outro. E sim em vez de ficar feliz a gente vai se deprimindo naturalmente.
E devemos nos perguntar de quantos estudos exatamente as pessoas precisam para se convencer de que rede social tende a nos deixar infelizes? E o que é de fato uma pessoa feliz com tantas exigências nos dias de hoje.
Segundo estudiosos para uma pessoa ser feliz, ela precisa vivenciar suas experiências e ter 5 atitudes analógicas para experimentar o contentamento e bem-estar.
Gratidão:
Se você partisse dessa vida hoje seria grato pelo que viveu? A Sociedade esta com vidas tão online que parece que se esqueceu de como é praticar a gratidão. Valorizar o que possui, ajudar alguém e sorrir para um desconhecido precisam ser vivenciados todos os dias. E não isso não é pra postar e pra sentir.
Compartilho com vocês um habito que aprendi com meus avos. Todos os dias quando vou a academia por onde passo dou um sorriso e um “Bom Dia” Muitas vezes sou ignorada, mas tantas outras recebo outro de volta cheio de energia e fico grata.
Positividade:
E por falar em energia positiva...
Cercar-se de pessoas positivas mantém nossa energia e motivação equilibrada. Um fator de longevidade considera ter bons amigos como responsável por nos fazer viver mais e mais saudáveis.
Agora toma a reflexão: Como estamos ensinando nossos jovens a ter amigos reais em tempos de tela na mão? Como alguém nos dias de hoje experimenta energia positiva genuinamente pelas telas?
Gentileza:
Aquela máxima “gentileza gera gentileza” continua valendo pra se ser feliz.
Hoje ajudei um colega com uma atividade que ele tinha dificuldade, depois como me senti? Feliz por ajudar nada mais.
Não postei nas redes, não fiz vídeo, não coloquei num blog apenas pratiquei uma atividade amável, é assim que experimentamos gentileza.
Família:
Ouço tanto que em tempos acelerados estar com a família é uma dificuldade. Mas usamos a tecnologia para poder aproveitar a família e estamos fazendo justamente o contrario.
Se tenho apenas 15 minutos para tomar com a família, vamos nos organizar para isso acontecer sem uma tela na mão. Pois na ânsia de ter uma vida nas redes sociais estamos registrando tudo em nossos telefones e desperdiçando memorias que somente nos podemos construir em nosso intimo sem interferência de uma tela no meio.
Experiência:
Infelizmente estamos ensinando a todos que ser feliz é ter coisas, quando pessoas felizes relatam que nossos esforços precisam ser concentrados em viver experiências.
Elas podem ser o cheiro do seu livro favorito, o olhar de orgulho de uma amiga ou mesmo o feijão mais gostoso feito por sua avó.
Ao buscar atitudes positivas para ser feliz entendemos que a felicidade é mesmo analógica. Que pra ser feliz você não precisa jogar seu telefone fora, mas que precisa achar o equilíbrio entre viver a felicidade ou postar uma ideia de felicidade que nem sempre é real nas redes.
Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia.
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