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Opinião
Quinta - 23 de Março de 2023 às 04:37
Por: Acir Novaczyk

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A incidência dos pólipos uterinos varia com a população estudada, mas estima-se que seja entre 10 a 25% das mulheres durante sua vida.

A maioria deles são benignos, mas entre 1 a 3%, segundo estudos, podem ser cancerosos, principalmente em mulheres com mais de 50 anos e que apresentem sangramento pós menopausa.

O pólipo não tem causas conhecidas e sua formação pode ocorrer sem nenhum motivo aparente, mas fatores de risco como elevados níveis estrogênicos, idade acima de 40 anos, obesidade, hipertensão arterial, diabetes, uso de tamoxifen e histórico familiar podem estar presentes.

O que é e quais os sintomas


O pólipo uterino consiste na proliferação excessiva de células da camada interna do útero, que leva à formação de pequenos nódulos, que se desenvolvem para o seu interior. Se ele se desenvolve no corpo do útero, a partir de uma camada chamada de endométrio, recebe o nome de pólipo endometrial. Porém, quando se desenvolve no colo do útero é chamado de pólipo endocervical.

Os pólipos uterinos podem ocorrer em praticamente qualquer idade da vida da mulher, porém, são mais comuns entre os 40 a 50 anos, entretanto, também podem ser encontrados em mulheres bem mais jovens ou mais velhas.

Na maioria dos casos os pólipos não causam sintomas e são descobertos em exame de rotina, porém quando presentes os sintomas habitualmente são genéricos, sendo o principal sangramento vaginal e pode se caracterizar como uma menstruação irregular, mais intensa ou prolongada, sangramento fora do período menstrual ou ainda um sangramento pós relação sexual.

Outro sinal bastante comum é o sangramento após a menopausa e quando isso ocorre e nesses casos fazer o diagnóstico diferencial com o câncer de útero é muito importante.

Raramente produz dores ou corrimentos vaginais, mas pode estar associado com casos de infertilidade em mulheres em idade reprodutiva.

Diagnóstico

O diagnóstico do pólipo uterino é feito pelo ginecologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde, exame ginecológico e exames complementares.

Para confirmar o diagnóstico, o exame de escolha é a ultrassonografia transvaginal, porém também podemos detectá-los com outros exames, como ressonância magnética nuclear de pelve, histerossalpingografia, histerossonografia ou histeroscopia diagnóstica.

Como é feito o tratamento

O tratamento dos pólipos depende do seu tamanho, da idade da paciente, dos sintomas e sua chance de malignidade e deve ser sempre discutida com o ginecologista ou com o endoscopista ginecológico.

Em casos de pólipos pequenos e assintomáticos em pacientes, mais jovens eles podem ser somente acompanhados com exames de rotina, porém em pacientes com pólipos grandes, sintomáticos ou que causem infertilidade, o tratamento é mandatório e sua análise em laboratório de patologia é obrigatória.

Quando a remoção é indicada, a técnica mais utilizada é a histeroscopia que consiste em uma cirurgia minimamente invasiva e utiliza um instrumento com diâmetro muito pequeno, que varia de 2,7 a 4 mm, chamado histeroscópio e permite a visualização do interior da cavidade uterina em uma tela de vídeo, possibilitando a retirada dos pólipos, sem cortes ou pontos, e pode remover tanto o pólipo endometrial, quanto o endocervical.

Antigamente a curetagem uterina era também muito utilizada com essa finalidade, porém com o avanço da medicina e desenvolvimento de novas técnicas, tornou-se obsoleta pois é menos segura e mais invasiva.

É importante lembrar que toda mulher deve sempre consultar o ginecologista quando surgirem sintomas ou uma suspeita em exames de imagem de pólipos, para que seja diagnosticado, e indicado o tratamento mais adequado para cada caso.

Acir Novaczyk é ginecologista com dedicação exclusiva à área de endoscopia ginecológica na Clínica Femina e Instituto Eladium



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