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Opinião
Sábado - 25 de Março de 2023 às 07:09
Por: Renato Gomes Nery

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Em artigo (s), aqui nesta coluna, já discorri sobre a Lei do Retorno que parece que nasceu aqui neste Brasil de meu Deus. Em um deles, eu respondi à pergunta de um leitor que queria saber se o Prefeito de Cuiabá que foi afastado por decisão judicial voltaria, eu respondi que sim, como o tudo o mais aqui neste universo da fantasia.

O Lula, após condenado e preso, com a confirmação do veredicto em todas as instâncias, voltou e virou novamente Presidenta da República. O Juízes e Desembargadores do TJMT, condenados e afastados voltaram. A mesma coisa aconteceu com a maioria dos membros Tribunal de Contas do Estado que foram, também, afastados, pela Justiça, e voltaram da mesma forma. E assim prossegue a procissão da insensatez!

A pergunta que se faz é saber quais as decisões do Poder Judiciário estavam corretas: as primeiras ou as outras que desfizeram as anteriores? Qualquer que for a reposta compromete Poder Judiciário desta República de Bananas. Faz e desfaz, com a mesma desfaçatez! Enfim, se foi pra desfazer porque é que fez! Isto é surreal/incompreensível!

A pergunta que se faz é saber quais as decisões do Poder Judiciário estavam corretas: as primeiras ou as outras que desfizeram as anteriores?

O realismo fantástico/mágico que não foi inventado aqui, mas deveria ter sido, pois ele parece concepção Latino América. Esta corrente do pensamento universal, mistura ou intercala sonho, magia e a realidade.


“O realismo mágico ou realismo fantástico é uma vertente literária que se caracteriza, no plano da linguagem, pela constante utilização de símbolos e de metáforas e, no plano temático, pela ocorrência de enredos em que coisas mágicas e mirabolantes acontecem com os personagens”. (Google).

Vertente desta escola na América é liderada por Vargas Llosa, Isabel Allende, Júlio Cortázar, outros e, notadamente Gabriel Garcia Marques no seu fantástico livro Cem Anos de Solidão, mescla de elementos da realidade colombiana e de elementos mágicos. O que neste Continente é realidade ou fantasia? Dentre os escritores, nesta vertente, no Brasil, eu fico com Érico Verissimo, no Livro Incidente em Antares, aonde os mortos retornam do túmulo para cobrar dos vivos as suas pendências.

Quando se procura soluções para os problemas da América Espanhola e, notadamente, para o Brasil, eles não são encontrados, pois estão perdidas no liquidificador da mistura entre o mágico e a crua realidade. Temos sempre, como consolo, uma esperança que não se manifesta e a crença de que Deus um dia proverá. E tudo fica se repetindo/retornando num perverso círculo vicioso. Enfim, um cachorro que não desiste de correr atrás do rabo ou um cavalo com balda – infenso a mudanças – que volta ao que sempre foi.

Para não dizer que não falei de flores, vou descontrair, a propósito, com os versos simples de manifestação de retorno de um dos nossos compositores mais populares: Adoniran Barbosa, na canção ÓI Nóis Aqui Traveis:

Voceis pensam que nóis fumos embora
Nóis enganemos voceis
Fingimos que fumos e vortemos
Ói nóis aqui traveis
Nóis tava indo
Tava quase lá
E arresorvemo
Vortemos prá cá
E agora, nóis vai ficar fregueis
Ói nóis aqui traveis.

Renato Gomes Nery é advogado



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