Aumento de pessoas com autismo O diagnóstico de autismo é um processo complexo que envolve várias etapas
Nos últimos anos, tem sido comum ouvir comentários do tipo "agora todo mundo tem autismo", o que tem gerado debates e reflexões sobre o assunto. É importante compreender que o aumento do diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista -TEA pode ser explicado por uma combinação de fatores.
Um desses fatores é o aumento da informação e conscientização sobre o autismo. Hoje, os profissionais de saúde e os pais (adultos) estão mais propensos a identificar e diagnosticar o transtorno, pois estão mais informados sobre seus sintomas e características. Além disso, os critérios de diagnóstico para o TEA foram modificados ao longo dos anos, o que pode ter culminado na maior identificação de casos.
Outro fator é a melhoria do acesso a serviços de saúde. Com a maior disponibilidade de profissionais especializados e de testes diagnósticos, indivíduos com TEA podem estar sendo diagnosticados com mais frequência. Contudo, é importante ressaltar que, embora seja difícil determinar com certeza, também é possível que o número real de pessoas com TEA tenha aumentado.
Diante disso, é fundamental que as pessoas estejam conscientes de que o diagnóstico de autismo é um processo complexo que envolve várias etapas. Se houver suspeita, é necessário procurar ajuda de profissionais especializados para uma avaliação completa e precisa. A avaliação neuropsicológica, por exemplo, é uma valiosa ferramenta para o diagnóstico e tratamento do TEA.
A avaliação neuropsicológica envolve entrevistas e a administração de testes padronizados que medem o funcionamento cognitivo e comportamental de uma pessoa. Com ela, os profissionais de saúde podem entender a natureza e a extensão das disfunções neurológicas e desenvolver um plano de tratamento individualizado que aborda as necessidades específicas de cada indivíduo.
Por fim, é importante lembrar que cada indivíduo com TEA é único e possui suas próprias necessidades e desafios. Portanto, é fundamental que haja respeito e empatia em relação a essas pessoas, bem como esforços para garantir que elas tenham acesso a tratamentos e serviços de qualidade que possam ajudá-las a viver com mais autonomia e qualidade de vida.
Melissa Cristina Silva é psicóloga.
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