Os pensadores da civilização I Marco Túlio Cícero foi um dos mais importantes filósofos da Antiguidade
Neste artigo, elegemos analisar a vida e obra do pensador romano Marco Túlio Cícero. Ele foi um dos mais importantes filósofos da Antiguidade, tendo sido responsável por difundir a filosofia grega em Roma e por desenvolver uma filosofia própria, baseada na razão e na ética.
Nasceu em Arpino, na Itália, em 106 a.C. Era filho de uma família abastada e estudou retórica e filosofia em Roma e Atenas. Tornou-se um orador muito habilidoso e iniciou sua carreira política como advogado. Em 63 a.C., foi eleito cônsul de Roma, o que foi um dos pontos altos de sua carreira política.
Contudo, não foi só na arena política que Cícero se destacou. Também atuou como escritor e filósofo. Escreveu diversas obras, incluindo tratados de retórica, filosofia e política. Suas obras filosóficas foram escritas em latim e foram muito influentes na época, tendo sido lidas e estudadas por inúmeros filósofos romanos.
Cícero desenvolveu uma filosofia própria, que combinava elementos da filosofia grega com a tradição romana. Por acreditar que a filosofia poderia ajudar as pessoas a se superar e ter uma vida mais feliz, optou por fazer filosofia baseada na razão e na ética.
Uma das principais ideias filosóficas de Cícero foi a de destacar a virtude como elemento essencial para uma correção de vida. Acreditava que a virtude era a chave para a boa vida, feliz, e que as pessoas deveriam buscá-la em todas as suas ações. Para Cícero, a virtude era composta por quatro elementos: sabedoria, coragem, justiça e autocontrole. As pessoas deveriam buscar desenvolver esses quatro elementos na própria caminhada da existência.
Enalteceu as leis e a justiça como elos fundamentais da sociedade. Para ele, as leis deveriam ser justas e aplicada de forma igual para todos. Para Cícero, a justiça era fundamental para a manutenção da ordem social e para a felicidade das pessoas.
Outra vertente difundida pelo grande pensador e orador romano foi destacar a importância da liberdade e da democracia. Ele era um defensor da república romana e acreditava que o poder deveria ser compartilhado entre as pessoas, de forma que ninguém se tornasse demasiadamente poderoso. Acreditava que a liberdade era fundamental para uma sociedade justa e que as pessoas deveriam ser livres para escolher suas próprias vidas.
Logo no início das “meditações”, uma de suas obras e a mais lembrada, declara a gratidão ao avô por tê-lo ensinado a ser gentil e manso e a se abster de toda raiva e paixão. Importante destacar aqui a expressão de Clovis de Barros Filho: “E tudo no todo é causa de tudo que acontece”. Portanto, desejos e paixões trazem ressentimentos e afastamento da virtude.
Legou para a eternidade essas palavras: “Há quem sem nem mesmo um casaco e há quem sem nem mesmo um livro coloque a filosofia em prática. Estou seminu, não tenho pão para comer e, ainda assim, não me afasto da razão, diz alguém. Mas eu digo – quero o alimento do bom ensinamento e das instruções, mas não me afasto da razão – “.
Como um dos mais importantes filósofos romanos da Antiguidade, marcou a história da filosofia ocidental. Suas ideias filosóficas sobre a virtude, a justiça, a liberdade e a democracia ainda influenciam pensadores e pessoas de poder até os dias atuais.
Enfim, também é dele esta admoestação: “Livra-te de todas as opiniões que carreguem a força e a violência dos desejos e dos afetos irracionais. Limita-te ao tempo presente, analisa o que quer que tenha acontecido, seja a ti ou a outra pessoa”.
É por aí...
Gonçalo Antunes De Barros Neto é magistrado.
Comentários