Esteatose hepática, a doença de Zezé di Camargo
O cantor Zezé di Camargo foi diagnosticado com esteatose hepática (gordura no fígado), uma condição de saúde que ocorre quando há acúmulo de gordura no interior das células do fígado, órgão responsável por exercer mais de 500 funções fundamentais para o organismo. A presença de gordura no órgão é normal, mas quando atinge o índice de 5% ou mais, o quadro demanda avaliação médica. Vamos falar aqui sobre a doença e sobre os exames para o seu diagnóstico.
A causa exata da esteatose hepática não é verdadeiramente conhecida, mas pensa-se que esteja associada a uma ampla gama de doenças e/ou condições, tais como:
- Distúrbios metabólicos individuais como resistência insulínica, Diabetes e Hipercolesterolemia
- Hipotireoidismo
- Medicamentos como esteroides
- Síndrome metabólica (conjunto de condições que ocorrem juntas que incluem aumento da pressão arterial, altos níveis de açúcar no sangue, colesterol ou triglicérides alto e excesso de peso corporal)
- Sobrepeso ou obesidade.
E por que a quantificação da gordura no fígado é importante? É importante porque afeta cerca de 25% das pessoas no mundo, é a doença hepática crônica mais comum em adultos em todo o mundo, tem pouco ou nenhum sintoma, mas se diagnosticada precocemente, a esteatose hepática pode ser revertida.
A esteatose hepática é um fator importante de risco para desenvolver a cirrose hepática e o aparecimento de câncer do fígado, com insuficiência do órgão e às vezes necessidade de transplante de fígado. Além disso, a esteatose hepática não alcoólica e a esteato-hepatite aumentam o risco de doenças cardiovasculares, como infarto do coração ou derrame cerebral, problemas renais e outros tipos de tumores.
Diagnóstico
Depois da avaliação clínica exames complementares colaboram com o diagnóstico da DHGNA. Esses incluem exames de laboratório (enzimas hepáticas, colesterol total e frações e triglicérides, glicemia, insulina entre outros), exames de imagem (ultrassonografia de abdome, tomografia computadorizada, ressonância magnética e elastografia hepática) e em casos selecionados a biópsia do fígado, único exame até o momento capaz de estabelecer o diagnóstico seguro de esteatoepatite.No ultrassom comum - modo B é feita uma análise subjetiva da esteatose em leve, moderada e acentuada. Porém, ela não é precisa e a detecção só é possível quando atinge 20% do fígado. Portanto, não é apropriada para o seguimento dos pacientes e apresenta pequena concordância intra e interobservadora.
Excelente exame para diagnóstico de primeira linha, porém com limitações.Já a ATI (Attenuation Imaging) é uma tecnologia que calcula pelo coeficiente de atenuação (AC) da imagem de uma amostra grande de tecido. O método, praticado em Mato Grosso, é aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration), que é uma agência federal do departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, e usa mapa de cores em tempo real sobreposto a imagem modo-B.
Os dados produzidos pela ATI são utilizados para quantificação da esteatose, sendo assim de fundamental importância para o seguimento dos pacientes portadores de esteatose.
Lembrando ainda que é possível detectar pelo ATI a esteatose ainda não identificada pelo método convencional.
No entanto, vale ressaltar que o mais importante é a prevenção da esteatose, tendo uma dieta balanceada, praticando exercícios físicos e evitando o excesso de bebida alcoólica.
Dra. Joelma Magalhães é médica radiologista, coordena o setor de mamografia e ultrassonografia do HCan há 13 anos, atua no Instituto Diagnóstico Avançado por Imagem (Idapi), Cadim e Hospital São Matheus
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