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Opinião
Quarta - 12 de Julho de 2023 às 05:52
Por: Rosana Leite Antunes de Barros

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Malala Yousafzai, jovem paquistanesa nascida no Vale do Swat, em 12 de julho de 1997, vencedora do Prêmio Nobel da Paz, já fez história com a pouca idade.

Militante em prol dos direitos humanos das meninas e mulheres, ela vem ensinando sobre a importância da educação.

Quando o mundo tomou conhecimento da sua existência, ela havia sido vítima de um atentado dentro do ônibus escolar em que se encontrava, aos 15 anos, em 09 de outubro de 2012.

Enquanto voltava para casa, um membro do Talibã adentra ao ônibus e pergunta: “Quem é Malala?”. Apesar do sepulcral silêncio, a reconhecerem e dispararam três tiros em sua cabeça. Permaneceu em estado grave. Porém, após a recuperação, foi levada para Birmingham, na Inglaterra, juntamente com a família, onde vivem exilados.


Na infância, aos 10 anos, Malala presenciou o Talibã tomar conta do seu território de nascimento. Na época, escolas foram obrigadas a fechar as portas, por ordem do governo da milícia fundamentalista.

Absurdamente, as escolas que se atreveram a “desobedecer” citada ordem, foram dinamitadas. Ressalte-se que a menina estudava no colégio em que o pai dela era proprietário, e que foi implodida.

Aos 11 anos ela já defendia em seu blog o direito das meninas em frequentar o ambiente escolar. No ano seguinte, com 12 anos, para continuar frequentando a escola, ela escondia o uniforme dentro da mochila para não sofrer ataques no caminho. Em entrevista ao New York Times, nessa época, afirmou que o estudo era a sua prioridade, e que iria para qualquer lugar para continuar.

Pronunciamento dela na ONU: “Nossos livros e canetas são as armas mais poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. Educação é a única solução”.

O local de origem da ativista é famoso por só comemorar o nascimento de meninos, sendo as meninas ignoradas. O pai e a mãe de Malala relataram que não receberam “parabéns” quando ela nasceu. Inclusive, as meninas são obrigadas a se casar na adolescência, e aos 14 anos já transitam com os rebentos nos braços.

É dela: “Conto minha história não porque ela é única, mas porque não é. É a história de várias garotas.”

Malala inspirou e inspira mulheres a buscarem um mundo melhor, sendo uma daquelas que derramou sangue por todas. Ela diz, com proficiência, que a saída é o estudo. Ditou: “Com armas, você pode matar terroristas. Com educação, você pode acabar com o terrorismo.”

“Tomada pela tristeza”, é o significado do nome da militante, sendo a aflição o seu mote. Se tornou ícone de referência sobre o direito à educação no mundo. Externou para as mulheres como enfrentou o patriarcalismo extremista. Em meio a tantas situações vexatórias e criminosas contra elas, a última opção é se calar. Aprendeu bem cedo com a família a se indignar com as injustiças.

Disse: “Há dois poderes no mundo: um é a espada e o outro a caneta. Há um terceiro poder mais forte que os dois: o das mulheres”.

Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual e mestra em Sociologia pela UFMT.



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