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Opinião
Segunda - 24 de Julho de 2023 às 06:50
Por: Acir Novaczyk

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Cistos ovarianos ocorrem devido ao acúmulo de líquidos dentro deste órgão, retidos por uma espécie de bolsa, também chamada de cápsula. São muito comuns e podem estar presentes em qualquer fase da vida da mulher, desde a adolescências até a pós-menopausa, sendo mais frequentes durante a idade fértil.


A grande maioria dos cistos são benignos e podem surgir de processos fisiológicos naturais do próprio ovário.

Um cisto pode se tornar especialmente preocupante quando ocorre em mulheres não ovulam mais, como na pós-menopausa. Embora a maioria seja benigna, existe uma pequena porcentagem que pode ser maligna. Nesses casos, quando há suspeita, é necessária uma investigação mais detalhada.
Os principais tipos de cistos ovarianos são:

- Cistos funcionais (fisiológicos): forma-se durante o ciclo menstrual normal. Causam poucos sintomas e costumam desaparecer em algumas semanas. Os principais tipos são os cistos foliculares e hemorrágicos.


- Cistos dermóides: também conhecidos como teratomas, podem conter diferentes tipos de células e tecidos como cabelos, ossos, dentes ou gordura. São quase sempre benignos, podem chegar a grandes tamanhos e o tratamento definitivo geralmente é cirúrgico.


- Cistos endometrióticos: forma-se devido ao acúmulo de sangue dentro do ovário como resultado da endometriose, uma condição em que o tecido semelhante ao revestimento do útero cresce fora do útero. São também conhecidos como endometriomas e tem a aparência de “chocolate fluido”. Quando indicado, seu tratamento é cirúrgico.


- Cistoadenomas: são cistos com conteúdo seroso (aquoso) ou mucinoso (gelatinoso), e na maioria dos casos, são benignos. Não desaparecem espontaneamente e quando crescem muito o tratamento é cirúrgico.

Na maioria dos casos, os cistos não causam sintomas quando são pequenos, e até mesmo alguns cistos maiores podem ser assintomáticos. No entanto, podem ocorrer infertilidade, dor abdominal, inchaço, alterações do padrão menstrual ou sintomas urinários.

O diagnóstico é feito principalmente pela ultrassonografia transvaginal ou abdominal. Esses exames complementares como exames de sangue, conhecidos como marcadores tumorais, ou ainda a ressonância magnética nuclear de pelve, podem auxiliar no diagnóstico.

A abordagem terapêutica pode envolver simplesmente observação e espera pelo desaparecimento espontâneo do cisto nos casos dos cistos funcionais.

Também podem ser prescritos anticoncepcionais ou medicamentos para alívio da dor. No entanto, em casos de cistos grandes, teratomas, endometriomas ou cistos suspeitos de neoplasia, a terapia cirúrgica é a mais indicada. Na maioria dos casos, a cirurgia é a única maneira de confirmar se o cisto é benigno ou maligno, portanto, todos os cistos removidos devem ser encaminhados para uma biópsia.

Quando a terapia cirúrgica é indicada pelo médico, os métodos minimamente invasivos, como a laparoscopia (cirurgia com pequenas incisões no abdômen), são geralmente os mais precisos, menos dolorosos e com menos complicações.

Em pacientes que não têm filhos ou têm desejo de engravidar, a tentativa é de remover apenas o cisto e preservar o restante do ovário. Entretanto, em pacientes que desejam ter mais filhos ou estão na menopausa, a remoção completa do ovário pode ser uma opção.

Acir Novaczyk é ginecologista.



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