A experiência única de ser avó
Ser avó é uma experiência que transcende o papel de mãe, é algo que só quem é avó pode compreender plenamente. Essa fase da vida é marcada por uma enorme diferença, onde nos tornamos mais flexíveis, a necessidade da rigidez diminui e a leveza ganha espaço. Não existe nenhuma outra relação que possa dizer que é igual, porque ali está a posteridade já na próxima geração.
Quando se é mãe, a responsabilidade é enorme. Há a pressão de criar os filhos, estabelecer regras, impor limites e exigir o cumprimento de determinadas tarefas. Entretanto, com a chegada dos netos, a abordagem é diferente. Com meus netos, em especial o Miguel, que vive mais próximo, tenho a oportunidade de oferecer mais da minha influência, para que explore novas atividades, mesmo que inicialmente não esteja disposto a fazê-las. Mas no final é muito satisfatório ver que ele gostou da nova experiência.
Nós avós desempenhamos um papel fundamental para equilibrar a dinâmica familiar. Enquanto os pais, principalmente os de primeira viagem, estão preocupados com o desenvolvimento dos filhos, os avós oferecem uma perspectiva mais tranquila e descontraída. Nunca pensei que fosse ter tanta paciência como tenho hoje, mas é uma virtude adquirida ao longo dos anos que me ensinou a ser mais compreensiva e tolerante.
A convivência na casa da avó cria laços especiais, assim como a infância dos filhos. Esses momentos compartilhados se tornam verdadeiros pilares, são as experiências que eles registram e levam para vida toda. Acompanhar as crianças em aventuras e passeios incomuns da rotina cria um elo de cumplicidade muito importante.
Adoro ser avó, porque não preciso ter essa exigência e obrigatoriedade, ser avó é poder oferecer aconchego e apoio. Não deve significar assumir o papel integral de mãe na criação dos netos. É muito prejudicial para o relacionamento sobrecarregar os avós com a responsabilidade de criar os netos, o que pode gerar desequilíbrio na vida das avós e até mesmo nas crianças, que podem ser influenciadas negativamente pela falta de autoridade firme, típica dos pais.
É importante respeitar os papéis dentro da constelação familiar, pois cada membro desempenha uma função significativa. Quando se burla essas dinâmicas naturais, podem surgir confusões e equívocos que afetarão as futuras gerações. Alguns avós podem se tornar emocionalmente dependentes dos netos, especialmente se não têm outras atividades ocupando seu tempo.
Compreender os limites dos papéis familiares é essencial para garantir que cada membro contribua de forma equilibrada e respeitosa para o desenvolvimento saudável das relações familiares. Ser avó é uma bênção que deve ser vivida com amor, carinho e experiências especiais, sem perder de vista o equilíbrio entre o papel dos pais e dos avós na criação e educação das crianças.
Sonia Mazetto é Gestora de Potencial Humano, Terapeuta Integrativa, Fonoaudióloga e Palestrante
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