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Opinião
Terça - 01 de Agosto de 2023 às 04:14
Por: Karinne Missio lombardi

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A campanha “Agosto Dourado”, que simboliza a luta pelo incentivo à amamentação, foi instituída pela Lei nº 13.435/2.017 e sedimentada pela comemoração da Semana Mundial de Aleitamento Materno, realizada a partir de 1990 num encontro da Organização Mundial de Saúde (OMS) com o Unicef. A cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. A campanha tem início neste dia 1º de agosto, Dia Mundial da Amamentação.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), por ano, cerca de seis milhões de vidas são salvas por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de idade. São raríssimas as contraindicações absolutas ao aleitamento materno.

O leite materno é considerado o alimento mais completo para os primeiros meses de vida. É nele que estão contidas todas as proteínas, vitaminas, gorduras, minerais e os nutrientes necessários para o saudável desenvolvimento dos bebês.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Ministério da Saúde recomendam a amamentação até os 6 meses de vida, e o leite materno é suficiente para a criança, não é preciso ingerir nada além do leite materno, nem mesmo a água. Após os 6 meses, se inicia a introdução alimentar, porém é benéfico é recomendado continuar até os 2 anos de idade ou mais, caso seja a vontade da mãe e da criança.

É comum situações em que a amamentação é necessária para duas ou mais crianças. Em gestações múltiplas, pode ser desafiador, mas geralmente consegue atender a demanda dos bebês, e com uma boa rede de apoio e orientação de profissionais capacitados, é possível amamentar os gemelares simultaneamente. Outras situações são quando a mãe engravida de uma nova gestação e o filho anterior não passou pelo desmame, chamada amamentação em Tandem, não sendo necessário acelerar o processo de desmame da criança mais velha, pois com alguns cuidados, é possível amamentar duas crianças em idades distintas.

A melhor forma de manter uma boa produção de leite é o bebê mamar em livre demanda, ou seja, não limitar a frequência das mamadas. Quanto mais o bebê mama, mais leite será produzido. Para que a criança consiga retirar o leite com eficiência, é preciso que ela esteja mamando em uma boa posição e com a pega adequada. Outro fator que contribui bastante para ajudar na produção do leite é que a mãe fique em um ambiente tranquilo e sem estresse, se alimente bem, tome bastante água, durma bem e aproveite para descansar enquanto o bebê também dorme, além de uma rede de apoio.

Os benefícios do aleitamento materno são muitos para o bebê e para a mãe. Para o bebê podemos citar a proteção contra infecções respiratórias, gastrointestinais; diminuição do risco de alergia, e a longo prazo; diminuição de hipertensão, diabetes, obesidade, hipercolesterolemia; ajuda do desenvolvimento cognitivo e da saúde bucal, entre muitos outros. Para a mãe protege contra o câncer de mama e tem efeito contraceptivo.

Outros benefícios são menores custos financeiros, promoção de vínculo afetivo entre mãe e filho e melhor qualidade de vida de ambos.

Amamentação é um ato de amor, é vida. Em caso de dúvidas ou dificuldade em relação a amamentação, procure sempre um pediatra.

Dra. Karinne Missio Lombardi é médica pediatria pelo Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP)/Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), neonatologista pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo (USP), preceptora da UTI Neonatal no Hospital Universitário Júlio Müller (UFMT) e é diretora do Instituto Lombardi.



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