Repórter News - reporternews.com.br
Opinião
Quarta - 13 de Setembro de 2023 às 04:39
Por: João Lombardi

    Imprimir


As mulheres provavelmente já escutaram em algum momento da vida outra mulher comentando sobre perda de urina. Existem alguns tipos de perda de urina no ser humano e que tem causas diferentes, chamadas de incontinência urinária, mas a incontinência urinária que será abordada aqui é a incontinência urinária de esforço.

Geralmente quando nos vem à cabeça a paciente que perde urina, imaginamos uma mulher mais de idade, acima do peso, sedentária e que já teve algumas gestações, e acontece em situações como espirro, tosse ou risadas. Porém, existe um número grande de mulheres que tem características totalmente diferentes dessas acima, isto é, jovens, com peso na faixa ideal, sem nunca terem ficado gestantes e extremamente ativas, que também perdem urina, mas neste caso, a perda de urina é durante treinos e/ou competições. Fato é que mesmo sendo públicos diferentes, a perda de urina não é normal.

Existe um grupamento muscular no chamado assoalho pélvico, que tem algumas funções como sustentar órgãos intra abdominais, função sexual e função de esfíncter para segurar a urina e as fezes. Quando a função dessa musculatura está alterada, podemos apresentar alguns sintomas relacionados a essas questões funcionais da musculatura do assoalho pélvico. Mas por qual motivo durante o esforço é perdido urina, especialmente em mulheres?

Existem algumas explicações; Uma delas é que o aumento da pressão intra abdominal durante o esforço faz com que essa pressão procure o ponto de menor pressão, e caso o assoalho pélvico esteja fraco, pode proporcionar essa perda de xixi. Outra explicação é que a contração dos músculos abdominais acontece primeiro que os do assoalho pélvico durante o esforço, sendo que eles deveriam contrair ao mesmo tempo na teoria. Também é comprovado que assim como outros músculos, os músculos do assoalho pélvico também apresentam cansaço.

É intuitivo pensar que em casos de músculos do assoalho pélvico muito fortes, seria impossível acontecer a perda urinária durante os treinos. Ledo engano. Existem modalidades esportivas em que automaticamente trabalham o assoalho pélvico e estes ficam com tônus e atividade muscular aumentada, mas ainda sim apresentam perda de urina. A explicação é pelo fato de que essas modalidades são as que proporcionam um deslocamento de musculatura do assoalho pélvico, junto com impacto repetitivo nos músculos do assoalho pélvico, fazendo com que aconteça perda urinária mesmo em pacientes com assoalho pélvico mais forte.

Então a solução é parar de treinar? DE JEITO NENHUM! A solução é fazer esse assoalho pélvico recuperar a função dele. Ele não deve nem ser muito forte, nem ser muito fraco. Ele deve ser funcional! Existe uma solução que é o treinamento desse assoalho pélvico, que é feito por fisioterapeutas pélvicos e solucionam próximo a 100% estes problemas. Nenhuma mulher deveria deixar de ser fisicamente ativa por um problema que tem solução. Toda mulher fisicamente ativa merece uma avaliação de assoalho pélvico com a fisioterapia pélvica assim como consulta de rotina anual com a ginecologista.

Procure sempre um/uma especialista para conversar sobre questões relacionadas a sua saúde!

Dr. João Lombardi é médico do exercício e do esporte pela Unifesp, Pós em fisiologia do exercício e metabolismo pela USP de Ribeirão Preto, mestrando pela UFMT, diretor do Instituto Lombardi, médico do Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio, médico assistente do Comitê Paralímpico Brasileiro.



Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/5538/visualizar/