Educação, momento e preocupações No Brasil investimento no ensino básico é de 3.580 dólares por aluno por ano
O investimento em educação no ensino básico no país é um terço do que investem os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo estudo recente publicado pela própria OCDE.
No Brasil esse investimento é de 3.580 dólares por aluno por ano. O Brasil perde para o Chile (6.700 dólares), Argentina (3.900 dólares). Nos países da OCDE, a média fica em 10.900 dólares. A Suíça e países nórdicos investem mais de 17 mil dólares. Olhe a distância entre esse número e o que o Brasil investe.
O Brasil até melhorou nos últimos anos seu investimento em educação básica, mas a disparidade com outros países é ainda enorme. Um país como a Suíça, que já é altamente desenvolvido, com um investimento daquele porte, se comparado com o brasileiro, a distância tende a aumentar entre os lados.
Educação é a base para quase tudo nesse mundo em evolução e os que fizerem mais investimentos estarão sempre à frente.
No ensino superior o investimento no Brasil não perde muito para os países da OCDE. A média aqui seria de 14.700 dólares e lá de 14.800 dólares. Praticamente empatado. Mas no ensino básico a distância é abissal.
O ensino básico público no Brasil perde em qualidade para o ensino básico das escolas particulares. Quem tem dinheiro colocam seus filhos nelas.
O inverso ocorre no ensino superior. As Universidades públicas no país se mostram melhores que as particulares. Talvez pelo maior investimento por aluno nessa área do ensino. Diferente do que ocorre no ensino básico.
Quer mais noticias não boas nessa área ainda? O Brasil estaria entre os cinco piores países em educação profissional nos membros do OCDE. A taxa do Brasil é de 11% de estudantes ali, na OCDE a média é de 44%. No Brasil, os jovens entre 18 e 24 anos, que nem estudam e nem trabalham, os chamados nem-nem, são 24%.
Essas notícias passaram praticamente despercebidas no país. Alguém ouviu ou leu que haveria uma mobilização ou coisa parecida em Brasília para estudar esses dados e tentar encontrar alternativas para melhorar a área de ensino básico no país?
Discutem-se tantas coisas sem importância e um assunto importante para o futuro do país, o necessário debate não existe. Nem só em Brasília ou no Congresso, mas também em outros setores da vida nacional.
Nos países mais desenvolvidos o ensino básico se faz em tempo integral. Aqui, de maneira geral, são quatro horas de ensino por dia. Por que não seguir o modelo dos países mais desenvolvido e fazer ensino básico com mais tempo de estudos por dia? Por que não ensino integral?
Continuando um pouco mais nessa área. Ruim também foi a notícia de que em MT, segundo o IBGE, se tem 593 mil analfabetos ou 16% da população. Como ter mão de obra qualificada para a agroindústria estadual se o ensino básico tem enormes problemas e ainda ter um contingente desse tamanho de analfabetos? Vai ter que trazer de fora?
Alfredo da Mota Menezes é analista político.
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