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Opinião
Segunda - 02 de Outubro de 2023 às 09:30
Por: RENATO DE PAIVA PEREIRA

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Nestes dias em que o clima do mundo inteiro parece estar virado de ponta cabeça, as pessoas buscam um culpado para justificar tamanho desarranjo. Catástrofes não faltam: algumas regiões sofrem com secas inusitadas enquanto outras estão debaixo d’água; tempestades violentas destroem cidades, ciclones assolam países e a temperatura média da terra nunca esteve tão alta.

Autoridades e cientistas apressam projetos que buscam diminuir a emissão de gás carbônico, considerado o maior culpado deste aquecimento, que parece ter chegado mais rápido que o esperado pelos pesquisadores do clima.

Entre as principais formas de reduzir as emissões de gases do efeito estufa – garantem os estudiosos - está a substituição dos combustíveis fósseis (petróleo e carvão) por outros menos poluentes (etanol, biocombustível, eletricidade, hidrogênio e fissão nuclear).

O reinado do petróleo como produtor de energia está muito longe do fim. Estimativas recentes informam que seu consumo continuará aumentando e que o pico de produção será atingido em 2030. Só então, se as fontes alternativas de energia prosperarem, começará o declínio, que será lento.

No Brasil, a produção de eletricidade para movimentar os automóveis está em franca vantagem em relação à maioria dos países do mundo. Aqui, fontes limpas e abundantes como a hidrelétrica, solar e eólica conseguem combustível (eletricidade) com uma emissão muito pequena de dióxido de carbono (CO₂).

Também temos o etanol que é ecologicamente vantajoso, pois o gás carbônico emitido pelos motores que o usam é absorvido pelas lavouras de cana-de-açúcar ou de milho, matérias-primas deste combustível limpo.

Está em teste – no Brasil e no mundo – o uso do hidrogênio. De novo nosso país está na vanguarda porque a obtenção deste combustível usa muita energia elétrica que precisa vir de fontes não poluentes como as nossas, já que o objetivo mundial é diminuir a emissão de CO₂. Para nós, abastecer os carros com hidrogênio verde é melhor que com eletricidade porque este é mais fácil de chegar ao consumidor usando os postos tradicionais.

Entretanto, temos que continuar a investir na pesquisa e refino de petróleo sob pena de sofrermos um colapso de energia. Nossos poços dão sinais de cansaço, se não perfurarmos outros a gasolina e o óleo diesel podem faltar antes que tenhamos os combustíveis alternativos.

A transição energética é uma tarefa complexa e lenta. Tudo indica que não chegaremos a dispensar totalmente o uso de combustíveis fósseis e que qualquer das formas de energia em estudo ou que sejam descobertas tenham o potencial de, sozinhas, atender à demanda mundial que cresce a cada dia.

Outra coisa é que a solução tem que ser global, pois a poluição da atmosfera feita por um país não fica confinada aos seus limites geográficos.

Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor



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