País das fantasias Ministros Corte vivem nababescamente, comendo e bebendo do bom e melhor
A chamada em questão, não está fora de contextualização, uma vez que existe um filme intitulado Ilha da Fantasia, no qual, alguns visitantes famosos são levados à uma ilha mágica no meio do Oceano Pacífico.
Os convidados foram atraídos pela possibilidade de realizar seus sonhos, e viver aventuras que pareciam impossíveis de acontecer em qualquer outro lugar.
Porém, como avisa o anfitrião da ilha, Sr. Roarke (Michel Pena), nem todos terão os seus desejos realizados, uma vez que, as coisas podem não acontecer da maneira esperada.
Os convidados; eram recepcionados pelo Sr. Roarke (Michel Pena) e pelo anão Tatto (interpretado por Hervé Villechaize), eles ficavam aguardando a chegada dos ilustres convidados para dar-lhes boas vindas, com uma boa recepção havaiana.
A ilha se assemelhava a um paraíso na terra, e o Sr. Roarke, era uma espécie de deus capaz de compreender os sentimentos e traumas mais profundos de seus convivas, realizando seus desejos, dando-lhes sempre uma boa lição de vida em cada fantasia realizada. Nesse caso especifico, trata-se de ficção.
Porém, o que irei declinar infelizmente trata-se de uma grande verdade; vou falar de um país real, com dimensões territoriais continentais 8.515.767,049 km², muito rico em recursos naturais, recursos minerais, recursos energéticos, recursos biológicos, produção agrícola exacerbada e por aí vai.
Porém, esse mesmo país foi dividido em dois.
Principalmente, em função da sobreposição de poderes; desrespeitando assim a tripartição dos poderes que é uma forma de separação dos setores dentro do ambiente político, pois em uma democracia representativa, devem existir três poderes: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes, mas harmônicos entre si.
Hoje, esse mesmo país virou a ilha da fantasia, trocando apenas os personagens.
Ninguém é contra a posse de um ministro, muito pelo contrário. Porém, a regalia e ostentação vem se tornando uma máxima na Suprema Corte.
Apenas, para que as pessoas tenham ideia dos gastos do Judiciário, em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) custou R$ 698,9 milhões.
Foram R$ 58,2 milhões por mês, ou R$ 1,94 milhão por dia, ou R$ 80,8 mil por hora, ou R$ 1.348,18 por minuto, ou ainda, inacreditáveis R$ 22,40 por segundo. Não irei entrar na especificidade desses valores, se o fizesse tornaria prolixo.
A posse do ministro Luís Roberto Barroso, como novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), aconteceu no luxuoso Unique Palace em Brasília na quinta-feira (28-09), o coquetel de posse dessa badalada festa contou com atrações musicais, como o sambista Diogo Nogueira, com quem cantou junto um trecho da canção “Aquarela Brasileira”, de Marinho da Vila.
Foram 1.200 convidados, entre eles, a apresentadora Fátima Bernardes junto com o namorado, Túlio Gadelha.
As opções de comidas e bebidas foram variadas.
Na entrada, coxinhas, bolinhos de peixe e canapés de salmão foram servidos. Já na janta, o menu ofereceu opções de massas, risoto, carnes e camarão. Para beber é possível escolher entre espumante, vinho, whisky e drinks diversos, realmente algo de dar inveja.
Fiquei até perdido com as iguarias servidas nessa pequena confraternização, até porque sou do bairro do porto.
Acostumado a comer: Maria Isabel, Ventrecha de Pacu, Caldo de piranha, Bagre ensopado, Farofa de banana e por aí vai.
No início do artigo, falei da existência de dois países, o segundo, fica no Sul, recentemente o Rio Grande do Sul foi arrasado pelas fortes chuvas causadas pela passagem de um ciclone extratropical de forma arrasadora, contabilizando 48 mortes e uma média de 25 mil desabrigados.
Milhares de pessoas sofrendo com a dor e sofrimento, em ter perdido um ente querido, além de ter perdido seu bem maior sua casa.
Felizmente, a solidariedade do povo brasileiro é algo de dar inveja; enviaram donativos dos mais variados tipos possíveis, dessa forma, amenizando a dor e sofrimento desse povo. Enquanto isso, ministros da Suprema Corte vivem nababescamente, comendo e bebendo do bom e do melhor.
Licio Antonio Malheiros é geógrafo.
Comentários