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Opinião
Sábado - 02 de Dezembro de 2023 às 07:39
Por: Deusdédit de Almeida

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O advento é tempo de piedosa espera da visita salvadora de Jesus Cristo ao mundo. Corresponde ao período das quatro semanas de intensa preparação espiritual, marcada pela singeleza litúrgica e motivada pelo vibrante refrão: “Vem, Senhor, vem nos salvar, com teu povo vem caminhar”.

A espiritualidade do advento, especialmente as celebrações eucarísticas dominicais e a novena, traça um caminho espiritual de preparação para o Natal do Senhor. Converter-se e acolher Jesus é seguir uma estrada cujo fim realiza o mais profundo desejo do coração humano: amar a Deus, que nos amou primeiro.

No primeiro Domingo do advento, deste ano, será lançada a terceira edição típica do Missal Romano no Brasil, promulgada por S. João Paulo II, em 2002. Portanto, neste advento já seremos guiados por essa nova edição do Missal. A sua tradução para o português, do original (latim), daí a expressão “típica,” demorou 19 anos. Esta demora é justificada pelo cuidadoso e diligente trabalho da CETEL (Comissão episcopal para os textos litúrgicos) em manter a fidelidade ao Latim e à língua portuguesa. Porquanto, no Missal Romano está contida a fé e a doutrina da Igreja em forma de oração: “lex orandi, lex credendi” (norma da oração, norma da fé).

O Missal Romano, na sua terceira edição típica, pretende ser fator de unidade litúrgica e sinal de pureza do culto da Igreja. O tempo litúrgico do advento, celebra as três vindas de Jesus Cristo: aquele que virá (Parusia), aquele que veio (natal) e aquele que vem (todas às vezes que o invocamos no cotidiano da vida)”.


Nos dois primeiros domingos, as leituras bíblicas tratam da segunda vida de Jesus no fim dos tempos (advento escatológico). Nos dois últimos Domingos tratam da primeira vinda, isto é, do nascimento de Jesus propriamente dito (advento natalício). A tradicional coroa do advento, nas celebrações, manifesta o belo simbolismo da vitória da luz sobre as trevas. Jesus é a luz da humanidade.

Celebrando cada ano este mistério, a Igreja nos exorta a renovar continuamente a lembrança de tão grande amor de Deus para conosco. Eis aqui algumas atitudes que nos ajudarão na preparação de uma digna, santa e frutuosa festa natalina. A primeira atitude é de Oração. A oração abre-nos, por Cristo, em Cristo e com o Espírito Santo, à contemplação do rosto do Pai, colocando-nos em comunhão e sintonia com a Trindade.

Recomendamos, vivamente, a novena do natal em família, expressão belíssima de oração familiar. A Segunda atitude é a da reconciliação.

É a reconciliação com Deus-Trindade e reconciliação com as pessoas mais próximas: familiares, parentes, amigos e colegas de trabalho. vamos celebrar o natal livre dos ressentimentos, das mágoas, do rancor e do ódio.

Disse o grande líder, que combateu arduamente a segregação racial, Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da cor da sua pele, da sua origem, sua ideologia ou da sua religião. Pois o amor chega mais naturalmente ao coração do que seu oposto. Assim, como a pessoa aprende a odiar, deve, também, aprender a amar.” A terceira atitude é a caridade.

O tempo do advento é propício para o exercício da solidariedade e amor fraterno para com as pessoas mais necessitadas e sofredoras. Gestos de solidariedade enobrecem a alma humana.

Neste tempo do advento, a Igreja no Brasil realiza, também, a campanha da evangelização. Este ano tem como tema:

“Em Belém, casa do pão, Deus nos faz irmãos”. Esta iniciativa busca mobilizar os católicos para a corresponsabilidade na sustentação das atividades evangelizadoras da nossa Igreja e tem como ponto alto a coleta realizada nas comunidades, no terceiro Domingo do advento (16 e 17). Enfim, o verdadeiro natal é encontro com a adorável pessoa de Jesus Cristo, o filho amado do Pai e salvador da humanidade.

Deusdédit de Almeida é padre na Catedral de Cuiabá.



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