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Opinião
Sexta - 22 de Dezembro de 2023 às 04:29
Por: Onofre Ribeiro

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Comecei a pensar neste artigo na última semana, durante a posse da diretoria da Aprosoja-MT. Observei atentamente o público que estava ali. Cerca de mil pessoas.

Percebi os de cabelos grisalhos na faixa dos 70 anos. São filhos da primeira geração de pioneiros, hoje com mais de 80 anos, que chegaram em Mato Grosso nas décadas 1970/1980.

Vi os seus filhos da segunda geração. Vi também os seus filhos em outras duas gerações. Os de 20 a 30 anos, e os menores de 20 anos.

A geração de 20/30 anos ainda está estudando e se preparando pra assumir os negócios da família ou atuarem como executivos no mercado. Os menores de 20 anos ainda não chegaram à faculdade, mas estão convivendo com os negócios das famílias. Essa é a cara das quatro gerações daqueles migrantes colonos que vieram pra Mato Grosso nos anos 1970/1980.


Eles estão em todas as regiões do Estado onde tem a agropecuária. Mas vi também na festa gente morena e de outra aparência que estreou no agronegócio e se mistura.

Uma nova tendência social em formação na mistura inevitável com os migrantes. A miscigenação ampla entre todas as características sociais de Mato Grosso está caminhando naturalmente. Em alguns anos teremos gerações de gente misturada. Sempre dá bons resultados.

Conheço bem Mato Grosso em todas as suas regiões desde a década de 1970 e acompanhei as últimas décadas. Vi essas transformações acontecendo. A mistura está acontecendo em todas as regiões do Estado. Sem preconceitos, porque os jovens não olham a carteira de identidade pra amar. Exemplos muito bons.

Gente morena de Poxoréo dos garimpos de diamante se casando com gente do Sul. Diamantinenses e vizinhos casando-se com sulistas do agro. Gente pantaneira de Livramento, Cáceres e Poconé casando-se com gente loira do agro.

No Araguaia está acontecendo a segunda onda de misturas. A primeira, na década de 1970 com os primeiros gaúchos em Canarana e Agua Boa.

Hoje mais migrações e mais misturas. Acontece em todo o Mato Grosso. Lá no Noroeste acontece a mesma coisa em regiões de garimpos e de madeira onde hoje se planta café, milho e soja, misturados com a pecuária.

Cuiabá funciona como o ponto de convergências dessas misturas todas. A condição de capital favorece isso. Será o polo de convergência social de todo o Estado. Saí da festa da Aprosoja com muitas reflexões na cabeça.

Enxergo um novo Mato Grosso, com gente muito diversa, que estará nos seus próximos censos. Novos olhares. Novos comportamentos. Algo como uma nova civilização!

Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso.



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