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Opinião
Sexta - 05 de Janeiro de 2024 às 05:42
Por: Rosana Leite Antunes de Barros

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Mais um ano iniciando com muitos questionamentos e desafios no enfrentamento à violência contra as mulheres. O ano que passou foi bastante “sangrento” para elas. Reflexo de quatro anos onde foram retirados orçamento para a causa, com a tentativa de redução de ações e políticas públicas.

Combater a violência contra as mulheres é tarefa de extrema complexidade, tendo em vista as muitas formas e amplitude das inúmeras violências a que as mulheres estão adstritas. Não é possível prever todas formas e naturalização com a qual esse tipo de problema é visto.

O Governo Federal, em 2023, com a finalidade de massificar o que é a violência de gênero, iniciou campanha de combate à misoginia. A visão sexista mostra que é a misoginia a maneira de as enxergar como pessoas subordinadas aos homens. Essa subalternidade vem recheada com desprezo e ódio, capaz de as subjugar, com o espectro a causar feridas indeléveis, obviamente movidas pelos males de todo o entorno das inúmeras violências.

Essa “bola de neve” impede que o enfrentamento à violência contra elas aconteça, deixando distante a tão buscada igualdade de gênero. O mundo atual vem apresentando mudanças, que foram coroadas com ações e leis afirmativas. É a realidade. Todavia, é real, também, que a sociedade precisa de resultados positivos que comprovem a diminuição das estatísticas dessa gritante violência.


A cultura do estupro, a ideia da superioridade masculina e o desvalor atribuído a elas se perfazem em entraves contemporâneos para que possamos conquistar a equidade. A seriedade e o respeito com a causa é pauta a se discutir. Não bastam, apenas, reuniões infindáveis com promessas de mudanças no contexto vivenciado, mas, sim, ações que não venham a tolher os caminhos por elas buscado incessantemente.

Com o balanço do ano (2024) onde a Lei Maria da Penha completará 18 anos, é preciso dizer que os pactos de outrora precisam de repactuação. É necessária a reflexão e compromisso com os órgãos gestores do enfrentamento à violência contra as mulheres.

No Governo Federal passado houve tentativa de desmantelar anos de construção de políticas públicas pensadas para elas. Os reflexos persistem, mas com possibilidade de mudanças.

Se antes falávamos e entendíamos quanto a importância de fortalecer mecanismos gestores de políticas para elas, é momento de voltar o debate. Se novamente contamos com o Ministério das Mulheres, é preciso que estados e municípios possam replicar a política, destinando recursos dantes encaminhados para tal.

A bem da verdade, a violência contra as mulheres alcança novos conceitos dia após dia. É preciso acompanhamento aos novos conceitos e desafios na atualidade a se enfrentar. O que vem causando violência contra as mulheres? Quais violências? Quais órgãos do governo estarão de prontidão para esse combate?

Oxalá, tenhamos respostas!

Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual e mestra em Sociologia pela UFMT.



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