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Opinião
Sexta - 26 de Janeiro de 2024 às 00:04
Por: Alfredo da Mota Menezes

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O assunto Donald Trump extrapola as fronteiras dos EUA e chega a muitos lugares, incluindo a América Latina. O caso dele bota a eleição deste ano para presidente nos EUA numa posição curiosa.

Trump tem muitos processos na Justiça americana. Casos como da empresa da família em que, diz a justiça, ele aumentou os valores de seus bens para ter empréstimos maiores no setor bancário. Ou aquele em que uma mulher o processa por assédio sexual. Ou aquela de que ele tentou manipular votos na eleição em um estado americano para tentar ganhar a eleição que perdeu para Joe Biden.

Isso é uma amostra do tamanho da encrenca dele com a justiça do seu país. Ele tem também frases peculiares para certas situações e momentos que a mídia dali reproduz sempre.

Mas, com tudo isso, ele é o nome preferido dos eleitores do partido Republicano. Já ganhou as duas primárias do partido, em Iowa e New Hampshire, com votação partidária expressiva. Tem pesquisa mostrando que, num confronto com o atual presidente, Joe Biden, ele ganharia se a eleição fosse hoje.

A coluna entrou por esse viés para puxar esse caso dali para a América Latina. A mídia norte-americana, por décadas, tem feito chacotas sobre acontecimentos bizarros da politica latino-americana. Os estranhos casos políticos regionais são mostrados ali como se fosse uma região de malucos ou desinformados do mundo real.

Casos ocorridos na politica da América Central sempre estão em evidência. Um general amalucado tomava o poder, se mostrava totalmente despreparado para dirigir uma nação e fazia besteiras. Os EUA mostravam isso com prazer e riso.

Agora vemos, com o caso Trump, que estão quase repetindo comportamentos estranhos que se pensava que eram próprios da América Latina.

Seria interessante ver como universidades dos EUA que estudam a América Latina estão analisando o comportamento de Trump na politica do país. Tem livros ali sobre fatos da politica latino-americana que até machuca esse ou aquele país. E agora com o Trump? Devem ter trabalhos acadêmicos ali mostrando esse comportamento do Trump, mas não tantos com se tem com os latino-americanos.

O que chama a atenção é a quantidade de gentes nos EUA que endeusam e aceitam Trump como ele é. Nada demais sobre isso, mas agora não podem mais usar erros bizarros de governantes latinos americanos para fazerem piadas ou apontar o dedo para uma região que, para muitos dali, é esquisita. Na politica somos todos esquisitos então, lá e cá.

Trump ganhando a eleição nos EUA neste ano seria a primeira vez que um presidente que perdeu a reeleição ganhasse uma eleição à frente, principalmente de alguém no mandato.

Ganhando a eleição o estilo dele vai espalhar pela América Latina e a direita política vai ficar alvoroçada com ele no governo. E não estão nem ai para seu estilo diferente de fazer politica. Vão é usar a vitória, se ocorrer, para abrir mais espaço politico em muitos países abajo del Rio Grande. Brasil no meio.

Alfredo da Mota Menezes é analista político.



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