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De disposições
Na Terra nada é mais belo que o Araguaia, principalmente quando das águas baixas que revelam praias com areias finas e infinitamente brancas. Esse espetáculo se estende de julho a novembro, época em que as chuvas retomam o balé cíclico das enchentes que o fazem transbordar pelas planícies que lhe abrem passagem ao Tocantins.
O ponto alto das praias é a Temporada do Araguaia, em julho, nas duas margens, com ponto de partida na nossa Torixoréu e Baliza, sua siamesa goiana, se estendendo por Pontal do Araguaia, Barra do Garças, Aragarças, Araguaiana, Cocalinho, São Félix do Araguaia, Luciara e Santa Terezinha- as três últimas diante da Ilha do Bananal.
A beleza do Araguaia, sua flora ribeirinha, botos, pescarias, a azulada água morna e limpa, as irresistíveis praias, esportes aquáticos, shows artísticos ao ar livre, a culinária com seu piqui e palmito, o chamego ao som do lual, o céu de Mato Grosso e as noites de luar arrastam turistas para os roteiros do grande rio do Centro-Oeste.
Tenho convicção que o Araguaia é mais que rio: é poesia, paixão arrebatadora, sonho, cenário embriagador numa região que acima de tudo se identifica por Brasil, pouco se importando se a praia é goiana, tocantinense ou mato-grossense.
A região se prepara para a Temporada do Araguaia. A hotelaria entra em período de taxa de ocupação total, os restaurantes e bares se estocam, a economia como um todo é empurrada pelo turismo basicamente doméstico, as pequenas cidades sofrem congestionamentos e um transe coletivo muda comportamentos sociais.
A Temporada do Araguaia não é novidade, pois acontece há algumas décadas e cada vez com maior público e mais sucesso. Sua divulgação é feita boca a boca, pois sua existência chega muito tímida ao noticiário e estranhamente é mantida fora dos incentivos e do calendário oficial do turismo na margem esquerda do rio.
Mesmo desqualificada pela chancela oficial a Temporada do Araguaia segue seu curso a exemplo do rio que lhe dá sopro de vida. Esta é a realidade do Brasil caboclo que se vira na força de sua gente altiva, unida e que sabe ser feliz.
A indiferença da Secretaria de Desenvolvimento do Turismo de Mato Grosso com a Temporada do Araguaia - maior evento turístico de longa duração do Centro-Oeste - deixa claro que a pecha de “Vale dos Esquecidos”, que aquela região carrega desde meados da década de 1970, quando do início da colonização planejada, continua em vigor e assim permanecerá até que seja revogada por disposições em contrário.
Eduardo Gomes é jornalista
eduardo@diariodecuiaba.com.br
www.mtaqui.com.br
O ponto alto das praias é a Temporada do Araguaia, em julho, nas duas margens, com ponto de partida na nossa Torixoréu e Baliza, sua siamesa goiana, se estendendo por Pontal do Araguaia, Barra do Garças, Aragarças, Araguaiana, Cocalinho, São Félix do Araguaia, Luciara e Santa Terezinha- as três últimas diante da Ilha do Bananal.
A beleza do Araguaia, sua flora ribeirinha, botos, pescarias, a azulada água morna e limpa, as irresistíveis praias, esportes aquáticos, shows artísticos ao ar livre, a culinária com seu piqui e palmito, o chamego ao som do lual, o céu de Mato Grosso e as noites de luar arrastam turistas para os roteiros do grande rio do Centro-Oeste.
Tenho convicção que o Araguaia é mais que rio: é poesia, paixão arrebatadora, sonho, cenário embriagador numa região que acima de tudo se identifica por Brasil, pouco se importando se a praia é goiana, tocantinense ou mato-grossense.
A região se prepara para a Temporada do Araguaia. A hotelaria entra em período de taxa de ocupação total, os restaurantes e bares se estocam, a economia como um todo é empurrada pelo turismo basicamente doméstico, as pequenas cidades sofrem congestionamentos e um transe coletivo muda comportamentos sociais.
A Temporada do Araguaia não é novidade, pois acontece há algumas décadas e cada vez com maior público e mais sucesso. Sua divulgação é feita boca a boca, pois sua existência chega muito tímida ao noticiário e estranhamente é mantida fora dos incentivos e do calendário oficial do turismo na margem esquerda do rio.
Mesmo desqualificada pela chancela oficial a Temporada do Araguaia segue seu curso a exemplo do rio que lhe dá sopro de vida. Esta é a realidade do Brasil caboclo que se vira na força de sua gente altiva, unida e que sabe ser feliz.
A indiferença da Secretaria de Desenvolvimento do Turismo de Mato Grosso com a Temporada do Araguaia - maior evento turístico de longa duração do Centro-Oeste - deixa claro que a pecha de “Vale dos Esquecidos”, que aquela região carrega desde meados da década de 1970, quando do início da colonização planejada, continua em vigor e assim permanecerá até que seja revogada por disposições em contrário.
Eduardo Gomes é jornalista
eduardo@diariodecuiaba.com.br
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