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Opinião
Terça - 27 de Fevereiro de 2024 às 00:38
Por: Emmanuela Bortoletto Santos dos Rei

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Recentemente, a mídia nacional divulgou que o cantor Chrystian, aos 67 anos, ex-dupla de Ralf, receberá uma doação de rim da própria esposa, Key Vieira, devido a uma condição de rins policísticos, levando os médicos a optarem pelo transplante.

Mas, afinal, o que são Rins Policísticos?

Podemos dizer que a condição do cantor é uma manifestação da Doença Renal Policística Autossômica Dominante (DRPAD), caracterizada pelo surgimento e crescimento progressivo de múltiplos cistos renais em ambos os rins. Isso provoca a distorção dos rins e pode evoluir para a Doença Renal Crônica (DRC), resultando na falência renal.

Além disso, a DRPAD pode se tornar uma doença sistêmica, causando hipertensão arterial e cistos extra-renais, que podem se desenvolver em órgãos como fígado, pâncreas, baço, vesículas seminais, membrana aracnoide e ovários.

Outra variante da doença policística é a forma recessiva, uma condição com a qual já nascemos. A detecção da doença policística pode ser tardia devido ao seu desenvolvimento silencioso. Quando identificada em seus estágios iniciais, deve ser classificada em Início Muito Precoce, diagnosticada não acidentalmente antes dos 2 anos de idade, e Início Precoce, diagnosticada entre 1 ano e meio e 15 anos de idade. Daí a importância do acompanhamento pediátrico e, se necessário, nefropediátrico, para um tratamento adequado que previna a progressão para transplante.

No Brasil, ainda existem poucos profissionais especializados nessa área, mas o aumento no diagnóstico de problemas renais em crianças tem impulsionado o desenvolvimento de novas técnicas e tratamentos. A tecnologia tem sido uma grande aliada na salvação de muitas vidas.

Por isso, discutir sobre esse tema é vital. De 1 a 4 de maio, Cuiabá sediará o XX Congresso Brasileiro de Nefrologia Pediátrica, com o tema “Do Prematuro ao Adolescente: Nefrologia Pediátrica na Era da Inteligência Artificial”. O evento contará com painéis, miniconferências e mesas redondas.

Participar é fundamental. Quanto mais informação, mais vidas serão salvas!

Emmanuela Bortoletto Santos dos Reis é médica nefropediatra no Hospital Santa Rosa e professora na UNIVAG, CRM/MT 6596 e RQE 300; 327.



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