Chegou a menopausa, e agora os meus treinos? Mulheres da comunidade do Chumbo, em Poconé, dizem que capacitação é um bom presente para o dia 8 de março
O evento fisiológico representado pelo período do climatério nos seres humanos do sexo feminino apresenta mudanças, sendo a menopausa apenas uma delas, mas apesar das mudanças não serem exclusivamente físicas, essas merecem bastante atenção.
O aporte de estrogênio na mulher durante o período do climatério fica alterado, e o hormônio estrogênio tem uma relação positiva tanto com a saúde óssea quanto à saúde muscular. À medida que esses dois tecidos sofrem a mudança do estrogênio relacionado à menopausa, é mandatório que seja feito o direcionamento para eles se manterem saudáveis de outras formas, para evitar sarcopenia e osteoporose.
O exercício físico após a menopausa é uma das ferramentas mais efetivas para isso. É uma das formas mais eficazes para se manter massa muscular e densidade mineral óssea, indicado por meio de estímulos de treinos de força e impacto, mesclado com treinamento aeróbico para manter a saúde cardiovascular. Assim, apesar das alterações do estrogênio, é possível manter a saúde através de uma vida fisicamente ativa.
A prescrição de treinamento por essa indicação vai depender de pessoa para pessoa. A mulher que sempre teve uma rotina de treinos, a orientação é manter exatamente os treinos que ela sempre executou. A mulher que nunca treinou, o climatério é um período ímpar para que se inicie o treinamento físico como rotina do dia a dia, aos poucos em relação à intensidade, frequência e também duração para que a médio e longo prazo atinja níveis recomendados.
Por fim, recentemente tivemos o projeto de lei 3.933/2023 aprovado pelo SUS em que “sua rede de unidades públicas ou conveniadas, prestar serviços de saúde específicos para mulheres na menopausa ou em climatério, fornecendo todos os meios e técnicas necessárias. Entre essas medidas, estão a disponibilidade de medicamentos hormonais e não hormonais; a realização de exames diagnósticos; a capacitação dos médicos; e o acompanhamento psicológico e multidisciplinar especializado das mulheres, desde o diagnóstico.”.
Assim, o acesso à saúde para a mulher nesse período tão marcante da vida ficará cada vez mais acessível para que uma qualidade de vida excelente seja atingível de uma forma completa junto com o exercício físico, sendo pela nossa constituição federal a saúde um direito de todos os cidadãos, e nessa situação específica, direcionado para saúde da mulher em suas exclusividades.
Procure sempre um profissional de saúde!
Dr. João Lombardi é médico do exercício e do esporte pela Unifesp, Pós em fisiologia do exercício e metabolismo pela USP de Ribeirão Preto, mestrando pela UFMT, médico do Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio, médico assistente do Comitê Paralímpico Brasileiro e diretor do Instituto Lombardi, em Cuiabá (MT).
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