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Opinião
Quarta - 29 de Maio de 2013 às 09:59
Por: Édina Araújo

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A cúpula estadual do Partido da República (PR) quer o senador Blairo Maggi na disputa pelo governo de Mato Grosso. No entanto, o ex-governador Blairo Maggi ainda não se decidiu, e segundo fontes, está irredutível em aceitar.



Maggi está certo em ponderar - se vale ou não a pena correr o risco de disputar o governo de Mato Grosso em 2014. O ex-governador precisa avaliar, principalmente, seu preparo psicológico, - para enfrentar os desgastes que poderão vir, a exemplo dos escândalos dos maquinários, cartas de crédito, precatórios e MT Saúde. Assuntos polêmicos e difíceis de serem explicados durante o curto tempo de campanha eleitoral. E com certeza será muito explorado pela oposição.



Maggi deixou o governo do Estado com uma dívida pública de R$ 4,2 bilhões - e já era difícil de pagar. O governador Silval Barbosa (PMDB), deve deixar uma dívida de mais de R$ 8 bilhões para o próximo sucessor. Apenas com a folha de pagamento, o comprometimento ultrapassa a casa dos 45% da receita corrente líquida.




A situação financeira do Estado é preocupante. Caso Maggi dispute as eleições e seja vencedor, como irá administrar os escassos recursos, quitar dívidas públicas, salários e ainda fazer investimentos nas áreas indispensáveis, como saúde, educação, segurança pública e infraestrutura do Estado? Áreas estas, que depois de sua saída do governo não houve avanços. Pelo contrário, a saúde, um dos maiores gargalos do governo, Silval terceirizou toda a gestão para Organização Social de Saúde (OSS) e a sociedade sequer sabe como o dinheiro é gasto – uma verdadeira “caixa preta”.

 
 
Sem recursos suficientes, Blairo Maggi poderá se tornar um mero gerenciador de folha de pagamento e problemas – sem poder reclamar, e tampouco, apontar culpados. Maggi é o grande responsável pela ascensão de Silval Barbosa e por ressuscitar o PMDB no Estado. Além de todos os problemas que irá enfrentar, terá que suportar de boca fechada, foi ele que criou este governo incompetente e distante da população.

 
 
O grande questionamento que Blairo deve fazer é se vale à pena abrir mão do Senado – que tem mais quatro anos - e vir para o sacrifício pelo PR, partido que não deu sustentação, quando poderia ter ocupado espaço no governo Dilma e emplacado Maggi como ministro.

 
 
Por que somente agora Blairo é interessante para o PR, e quando poderia ter ocupado um dos ministérios do governo Federal não era? Talvez, Blairo, como ministro, teria maior projeção e se fortaleceria como uma nova e grande liderança nacional. Por isso, poderia representar uma ameaça aos atuais donos do Partido da República, tanto do Estado, como do País.

 
 
Blairo é muito interessante agora ao PR, porque será obrigado carregar nas costas a candidatura de Wellington Fagundes ao Senado - e suportar a carga negativa do governo peemedebista, sem nunca apontar Silval como responsável. Vale à pena Blairo Maggi todo esse sacrifício? Eis a questão.



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