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Opinião
Quarta - 20 de Março de 2024 às 00:03
Por: Laerte Basso

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A endometriose é uma das condições mais comuns entre as mulheres no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, 1 em cada 10 mulheres sofre com a doença no país, o que representa cerca de 8 milhões de pessoas acometidas.


O problema é que muitas mulheres não têm ideia de que convivem com a endometriose. Estima-se que a doença seja silenciosa em cerca de 20% dos casos, provocando poucos ou nenhum sintoma.

Quando presentes, os sintomas são frequentemente negligenciados ou confundidos com outras condições. Por isso, é muito importante saber o que é a endometriose e quais são seus principais sinais, de modo a procurar atendimento médico se houver alguma suspeita da doença.

O que é a endometriose

A endometriose é um distúrbio em que as células do tecido que reveste o útero, chamado de endométrio, crescem de maneira anormal fora do revestimento uterino.

Assim, o tecido pode se desenvolver nos ovários, nas tubas uterinas ou até mesmo no intestino.

Os sintomas mais comuns da endometriose incluem:

● Cólica intensa durante o período menstrual;

● Dor durante as relações sexuais;

● Dor e sangramento ao urinar ou evacuar;

● Diarreia;

● Infertilidade.

Como muitas mulheres apresentam a forma silenciosa da doença, é importante realizar um acompanhamento constante com um ginecologista, que pode diagnosticar a endometriose precocemente.

Diagnóstico precoce e tratamento melhoram qualidade de vida


O diagnóstico da endometriose é realizado principalmente com exames de imagem, destacando-se a Ultrassonografia Transvaginal para Mapeamento e Ressonância Magnética da Pelve com Preparo Intestinal, que são métodos de elevada acurácia. A confirmação definitiva se faz através da videolaparoscopia e eventual biópsia.

O tratamento varia de acordo com os riscos de infertilidade, a extensão e a severidade da doença. O médico deve sempre levar em conta o desejo ou não da mulher de engravidar.

Medicações hormonais ajudam a suspender a menstruação, mas elas não são indicadas para todas as pacientes.

Há ainda a opção de retirada cirúrgica dos focos de endometriose. Nesses casos, a paciente deve discutir com o ginecologista sobre métodos alternativos de preservação da fertilidade, como o congelamento de óvulos.

A endometriose não tem cura, mas é possível realizar um acompanhamento adequado da doença, preservando a fertilidade, atenuando os sintomas e evitando complicações.

Dr. Laerte Basso é ginecologista e obstetra, membro da Sociedade Brasileira de Endometriose e da Sociedade Européia de Endometriose e Doenças do Útero, e integra a equipe multidisciplinar do Instituto Eladium, em Cuiabá (MT)



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