Endometriose silenciosa. Fique atenta
A endometriose é uma das condições mais comuns entre as mulheres no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, 1 em cada 10 mulheres sofre com a doença no país, o que representa cerca de 8 milhões de pessoas acometidas.
O problema é que muitas mulheres não têm ideia de que convivem com a endometriose. Estima-se que a doença seja silenciosa em cerca de 20% dos casos, provocando poucos ou nenhum sintoma.
Quando presentes, os sintomas são frequentemente negligenciados ou confundidos com outras condições. Por isso, é muito importante saber o que é a endometriose e quais são seus principais sinais, de modo a procurar atendimento médico se houver alguma suspeita da doença.
O que é a endometriose
A endometriose é um distúrbio em que as células do tecido que reveste o útero, chamado de endométrio, crescem de maneira anormal fora do revestimento uterino.
Assim, o tecido pode se desenvolver nos ovários, nas tubas uterinas ou até mesmo no intestino.
Os sintomas mais comuns da endometriose incluem:
● Cólica intensa durante o período menstrual;
● Dor durante as relações sexuais;
● Dor e sangramento ao urinar ou evacuar;
● Diarreia;
● Infertilidade.
Como muitas mulheres apresentam a forma silenciosa da doença, é importante realizar um acompanhamento constante com um ginecologista, que pode diagnosticar a endometriose precocemente.
Diagnóstico precoce e tratamento melhoram qualidade de vida
O diagnóstico da endometriose é realizado principalmente com exames de imagem, destacando-se a Ultrassonografia Transvaginal para Mapeamento e Ressonância Magnética da Pelve com Preparo Intestinal, que são métodos de elevada acurácia. A confirmação definitiva se faz através da videolaparoscopia e eventual biópsia.
O tratamento varia de acordo com os riscos de infertilidade, a extensão e a severidade da doença. O médico deve sempre levar em conta o desejo ou não da mulher de engravidar.
Medicações hormonais ajudam a suspender a menstruação, mas elas não são indicadas para todas as pacientes.
Há ainda a opção de retirada cirúrgica dos focos de endometriose. Nesses casos, a paciente deve discutir com o ginecologista sobre métodos alternativos de preservação da fertilidade, como o congelamento de óvulos.
A endometriose não tem cura, mas é possível realizar um acompanhamento adequado da doença, preservando a fertilidade, atenuando os sintomas e evitando complicações.
Dr. Laerte Basso é ginecologista e obstetra, membro da Sociedade Brasileira de Endometriose e da Sociedade Européia de Endometriose e Doenças do Útero, e integra a equipe multidisciplinar do Instituto Eladium, em Cuiabá (MT)
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