Celebrando a semana santa O Domingo de Ramos da paixão do Senhor, abre a celebração da semana santa
O Domingo de Ramos da paixão do Senhor, abre a celebração da semana santa. São lidos dois trechos dos evangelhos: a narrativa da entrada de Jesus em Jerusalém e o relato da paixão do Senhor.
Os ramos, que serão benzidos, provém do ambiente de alegria e Júbilo. São sinais e testemunho da fé em Cristo e na sua vitória pascal No livro do Levítico, capítulo 23,40, os ramos são usados para expressar o regozijo na Festa das Tendas, a terceira festa mais importante da liturgia Judaica. Os mantos e tecidos postos ao chão são sinais do reconhecimento da dignidade daquele que os pisaria, como no acolhimento do Rei Jeú (2Rs 9,13).
Na liturgia do Domingo de Ramos, é feito, também, o relato da paixão, segundo Marcos, estabelecendo-se a relação entre a cruz e a ressurreição, grande síntese da semana santa. Hoje, como outrora, vamos aclamamos Jesus como o Messias que vem realizar as promessas dos profetas e consolidar a nova e eterna aliança no seu sangue pela salvação de todos. Jesus, manso cordeiro, humildemente, entra em Jerusalém montado em um manso jumentinho, pois, ele é o príncipe da paz, da fraternidade e do amor.
O Jumentinho é o oposto do cavalo. Pois, o cavalo é instrumento bélico, expressão da força e do poderio militar da época. Não entra com cavalaria e carruagem de guerra. Porqu a guerra é barbárie e carnificina destruidora da humanidade. Jesus, fFoi aclamado e reconhecido, por muitos, como o Rei dos Reis.
Na Quinta-feira santa temos a Missa do Lava-pés e Ceia do Senhor. Para nós, católicos, é a instituição do sacramento da Eucaristia. Na celebração o Bispo ou sacerdote lava os pés de doze pessoas convidadas, homens e mulheres, recordando o gesto de Jesus de lavar os pés de seus discípulos e a dizer-lhes: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”.
Gesto que significa servir uns aos outros com total humildade, gratuidade e amor. Ao final da missa se faz a Transladação do Santíssimo Sacramento e, em seguida, a adoração. Na quinta-feira inicia-se, também, o Tríduo Pascal (Quinta, Sexta e Sábado). O Tríduo pascal possui o seu centro na Vigília Pascal, “a mãe de todas as vigílias (S. Agostinho)” e encerra-se com as Vésperas do Domingo da Ressurreição. Sexta-Feira Santa. Neste dia a Igreja recomenda o jejum e abstinência total de carne, acompanha, em silêncio e oração, os passos de Jesus em seu sofrimento e condenação até sua entrega total com a morte na cruz.
Não se celebra missa ou qualquer sacramento e os fiéis comungam as sagradas hóstias consagradas na Quinta-feira Santa. A celebração central deste dia é a das 15 horas, em que, segundo a tradição dos evangelhos, Jesus morreu. Coincide com o mesmo horário das matanças dos cordeiros para a páscoa judaica no templo.
Esta celebração se divide em quatro partes: Liturgia da Palavra, Oração Universal, Adoração do Senhor na Cruz e Comunhão. É dia de total silêncio e reflexão. Vigília Pascal (Sábado Santo): Celebramos a Vigília Pascal. A Ressurreição de Jesus é o milagre do começo da vida, vida nova a partir da morte. A ressurreição, além de realizar as promessas da Escritura sagrada, é prova definitiva que Jesus é Deus. O Círio Pascal, aceso com o fogo novo, luz que surge das trevas, representa Cristo ressuscitado vitorioso sobre a morte e Senhor da história, luz que ilumina o mundo. Na vela, estão gravadas as letras gregas Alfa e Ômega, que querem dizer: “Deus é o princípio e o fim de tudo”. No Domingo de Ramos realiza-se, também, a coleta do gesto concreto da Campanha da Fraternidade, a ser entregue nas Paróquias. Esta coleta é fruto da penitência e jejum quaresmal para o fundo de solidariedade arquidiocesano.
O Jejum na bíblia deve ser sempre regado pelas obras de misericórdia. Este fundo, administrado por um conselho gestor, atende os mini-projetos sociais de socorro emergencial às pessoas em situação de vulnerabilidade social, apresentados pelas Paróquias da arquidiocese. A semana santa, é portanto, uma semana de reflexão, oração e reconciliação familiar. No passado, o fator religioso condicionava e influenciava a vida das pessoas e da sociedade. Hoje, Infelizmente, a sociedade secularizada ou “dessacralizada”, a saber, não mais envolvida, condicionada ou influenciada pelo fator religioso, vem se distanciando, cada vez mais, das expressões simbólicas da semana santa e do nosso cristianismo.
Para muitos, a semana santa é mais um período de feriado, de descanso, lazer e pescaria. Vamos participar dos ritos da semana santa nas comunidades mais próximas. Esta participação favorece o nosso crescimento espiritual e nossa santificação. Pois, páscoa é o ato supremo da nossa redenção!
Deusdédit de Almeida é padre na Catedral de Cuiabá.
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