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Os verdadeiros deficientes
Hoje é o dia Internacional da Pessoa com Síndrome de Down. No Brasil, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 300 mil brasileiros possuem esse tipo de deficiência. E é nesta data que eu quero falar dos verdadeiros deficientes.
Para início de conversa, quero lembrar que a palavra deficiência pelo dicionário Michaelis Online, significa ‘falta, lacuna’. E quando intitulo esse artigo de “Os verdadeiros deficientes” me refiro àquelas pessoas que são deficientes de alma e espírito de vida. Que têm deficiências na hora de fazer uma doação. Não falo da financeira, mas de se doarem como pessoas, por meio de um sorriso ou até mesmo de um abraço, num ato de carinho. Que vive uma vida infeliz quando não lhes faltam nada, nem mesmo possuem qualquer dificuldade locomotiva ou de capacidade cognitiva. E passam pela vida reclamando, sempre em lamentações.
Deficientes, considero os preconceituosos que apenas ignoram aos que chamam de “mongóis”. Não em referência aos olhos puxados daqueles nascidos no país da Mongólia, na África, mas que usam esse adjetivo de forma pejorativa. Deficientes são àqueles que lhes faltam caráter e que não pensam duas vezes antes de incentivarem qualquer tipo de violência, seja física, psicológica, ou de outras formas. Pessoas que se defendem dos seus próprios atos, muitas vezes praticados com requintes de crueldades ao matarem a sangue frio e dizem que foi por amor.
O verdadeiro deficiente, para mim, é aquele que se esconde atrás de meias verdades. Enfim, como deficientes deveriam ser tratados àqueles que, mesmo tendo todos os motivos para continuar e nunca parar a vida, insiste em não ser o bem. A vida nem sempre é fácil. Lembrando parte de um velho ditado, muitas vezes o jardim do outro parece mais florido porque mais espinhos tiveram que retirar.
Então, refletindo sobre a data de hoje, que o mundo se sensibiliza em prol das pessoas com Síndrome de Down, diga-se biologicamente, que possuem um alelo a mais no cromossomo 21, pude perceber o exemplo de vida dessas pessoas mais que especiais podem nos oferecer todos os dias. Quem conhece uma criança e/ou pessoa com essa síndrome sabe o quanto ela sorriem, abraçam e são extremamente carinhosas. E são assim porque elas sabem se doar sem nenhuma “deficiência” de alegrias, abraços ou restrições de sentimentos. Elas dançam, curtem a vida ainda que sua locomoção ou entendimento não sejam plenos. Não têm preconceitos, te aceitam do jeito que é, amam de verdade e de coração, sem mentira na alma ou com espírito vazio. E ainda que tudo possa dizer ao contrário, elas insistem (e como são insistentes diante do sim ou do não; melhor dizendo, persistem na vida).
É por isso que, em minha opinião, deficientes são os tipos de pessoas que listei logo no início dessa conversa. E, caso você tenha se encaixado em alguma das deficiências apontadas aqui, não se chateie ou me leve a mal. Pois, hoje, coincidentemente, no dia Internacional da Pessoa com Síndrome de Down, é mais uma oportunidade de você ser diferente.
Sandra Costa é jornalista, formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/60/visualizar/
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