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Opinião
Sábado - 27 de Abril de 2024 às 00:15
Por: Renato Gomes Nery

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Toda vez que a harmonia do universo é rompida, ela precisa voltar ao seu estado original. Não se troca a verdade por mentira ou o equilíbrio pelo desequilíbrio impunemente. As coisas vão, mas elas voltam ao seu estágio inicial. E aqueles responsáveis por romper a harmonia do mundo sofrem as consequências.

A Lei do Retorno é severa e costuma ser implacável com os malfeitores. Considerando que o mal é um patrimônio do capeta, preceitua um adágio espanhol: que ele cobra caro pelos favores que presta. Fez leva-se o troco!

Não há clemência para com os malfeitores que, às vezes, vão para os templos, ajoelharem-se de mãos postas, rogar por indulgência, sem consertar as patifarias que fizeram. É a lei da vida, aqui se faz, aqui se paga, e a fatura retorna de avião a jato. A ingratidão é imperdoável, mas a traição é crime! Por outro lado, pobre é pobre, mas não precisa ser humilhado. Tudo que o Criador fez foi para todos, e não para saciar a ganância daqueles que se julgam donos da razão e do mundo.

Ao se deparar com a dor e com o sofrimento, pare, reflita e ponha a emoção e a razão, e só depois decida. Este mundo é muito grande e complexo para ter donos ou caber dentro de um esquadro, com um nome ou com um rótulo. Muitas ações não se reduzem numa definição de palavras ou num quadrado de conveniências e, às vezes, vão além da nossa compreensão. A rotulação é um esconderijo, para não se pensar e nem agir. Isso é assim e pronto – sem olhar ao redor - instaurando aí o império dos interesses, conveniências e comodidades, sem as mudanças necessárias. Ficando tudo como dantes no Quartel de Abrantes. E aí o mundo não anda para frente e nem minora as suas dores e aflições.


O apreço não tem preço. Um bom dia! Um gesto de carinho ou uma gorjeta a mais que pode não fazer falta para quem dá, mas atenua a penúria de quem recebe. Todos nós lutamos desde o nascimento até a morte. Uns com êxito e outros não, portanto, estes não devem ser punidos pela indiferença de quem tem mais, pois quem pôs e dispôs o mundo não fomos nós, os mortais. E sempre haverá pobres entre vós, como disse Cristo, cabendo a cada um assumir as suas responsabilidades com justiça e com decência, pois hoje pode-se estar por cima, mas amanhã ficar por baixo. Os desígnios da vida não nos pertence, sendo preciso que a empatia e a tolerância nos tornem mais dignos e mais humanos.

No rosto de cada criança ou de alguém que sofre encontra-se uma esperança e uma súplica. Não se pode – diante das desigualdades, das dores e dos sofrimentos – vestir-se a túnica de orgulhoso e soberbo ao ponto de ser maior que um camelo e não passar no fundo de uma agulha.

Renato Gomes Nery é advogado.



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