Mulheres na matemática No Brasil, a primeira doutora em matemática foi Maria Laura Mouzinho
Através da Lei nº 12.835/2013 foi instituído o Dia Nacional da Matemática no país. As ciências exatas são conhecidas, em regra, por trazerem o gênero masculino com grande dominação.
Pesquisas, sem grande sucesso, já foram movidas para explicar o motivo das exatas estarem frequentemente nas mãos masculinas. Todavia, é certo que os meninos são incentivados desde muito cedo com brinquedos de montar, jogos de tabuleiro, videogames e outras atividades que induzem ao raciocínio lógico, diferente das meninas. Assim, o cérebro das meninas ativa a sensibilidade e a intuição, enquanto eles ativam a lógica e a matemática.
Intuitivamente, quando se fala de matemática, alguns nomes de homens bastante conhecidos são lembrados. Entretanto, elas também merecem destaque. Hipátia de Alexandria é a primeira matemática reconhecida historicamente, tendo nascido em 370 d.C., e dentre as suas muitas contribuições está a invenção do hidrômetro. Katherine Johnson é uma matemática afro-americana que trabalhou na NASA na década de 60, tendo efetuado contas que garantiram a ida e a volta de astronautas ao espaço com segurança. Inspirando o Dia das Mulheres da Matemática em 12 de maio, a iraniana Maryam Mirzakhani foi a pioneira a receber a Medalha Fields.
No Brasil, a primeira doutora em matemática foi Maria Laura Mouzinho Leite Lopes, tendo sido, também, a primeira mulher a se tornar Membra Titular da Academia Brasileira de Ciências, em 1951. Participou, ademais, da criação do CNPq e do IMPA.
Segundo estudo holandês divulgado pela Agência Brasil em março do corrente ano, o Brasil é o terceiro colocado em participação feminina. Dados desse estudo trouxeram o diagnóstico de que nos últimos 20 anos houve um aumento das publicações científicas femininas, com um salto de 38% para 49%. Assim, o Brasil ocupa a terceira colocação na lista de 18 países mais a União Europeia.
De acordo com a ONU, em relatório divulgado pela Unesco, as mulheres representam 28% de pessoas pesquisadoras mundialmente. O esquecimento delas também é sentido pela falta de divulgação das mulheres para as ciências exatas, e da respectiva contribuição que já tiveram ao longo da história.
Apesar de o vernáculo ciência ser muito ligada ao universo masculino, algumas descobertas foram delas: a do DNA, dos cromossomos Y e X, e do vírus HIV. É de se imaginar o quanto essas mulheres de outrora passaram por discriminações e preconceitos de gênero para desenvolverem estudos de tamanha relevância para a humanidade.
Como se não bastasse todos os desafios enfrentados, quando conseguem alçar locais considerados de nichos masculinos, elas precisam firmar a competência todos os dias. Os cargos de chefia e direcionamento, bem como o salário igual, no país se perfazem em tabu, como temáticas de difícil discussão e compreensão.
A matemática do Reino Unido, Ada Lovelace (1815-1852) eternizou: “Meu cérebro é mais do que algo meramente mortal, e o tempo mostrará isso. Nunca estou realmente satisfeita quanto a entender alguma coisa; porque, até onde entendo, a minha compreensão só pode ser uma fração infinitesimal de tudo o que eu quero compreender.”
Rosana Leite Antunes de Barros é defensora pública estadual e mestra em Sociologia pela UFMT.
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