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Opinião
Quinta - 09 de Maio de 2024 às 10:17
Por: Renato Gomes Nery

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Um dia desses eu li, em algum lugar, que o macaco é um animal amigável demais para ser parecido com o homem. Se o homem não pode ser comparado com o macaco, certamente, pode ser semelhante ou ser alma gêmea de outro: o porco. Aliás, foi este o animal que George Orwel, no seu livro Revolução dos Bichos, escolheu para implantar a ditadura na granja, o pano de fundo do referido livro.

Quem diria que somos parecidos com os porcos! Descobriu-se que muitos órgãos destes animais podem ser transplantados para o homem. Se houver um vice-versa, vai-se-a estragar o inocente animal. A única parecença entre os dois animas, que me ocorre, é a lambança. Onde habitam, não fica pedra sobre pedra. No mais, o homem supera em muito os suínos, pois são dotados de: prepotência, ganância, maldade, insensibilidade e tantos outros defeitos que o torna um predador.

A Guerra Fria que estava sepultada, voltou a nos assombrar. As potências militares do mundo andam se estranhando. E me lembra os filmes faroestes, com cenas de violência, caracterizadas por dois homens que se enfrentam, cada um com revólver em punho para ver quem dispara primeiro. No caso, seja qual for o resultado, os dois morrem e o mundo vai junto a reboque. Se você, meu caro leitor, quiser saber onde isto vai dar, leia o livro NUNCA de Ken Follett – Editora Arqueiro/2022, onde ele descreve com maestria que um descuido ou um passo em falso, o mundo vai para a cucuia.

Aqui, no Brasil, a lambança é enorme! Os que nos governam não se entendem e nem se respeitam, pois o Poder Judiciário se transveste em legislador e Poder Moderador. O plenipotenciário, Poder Executivo, inconformado com leis aprovadas, aciona o Poder Judiciário que, às vezes, o atende. O Poder Legislativo, representante legítimo do povo, curva-se e vai negociar, como se legislar não fosse suficiente. A harmonia e o equilíbrio entre os Poderes é uma mera ficção legal.


E assim toca a banda, e o Brasil que já está na cucuia, afunda ainda mais, como se 13 milhões de desempregados se não fossem suficientes para nos envergonhar. É o samba do Criolo Doido, onde os príncipes não se entendem e a população chafurda na lama da desesperança, da indigência e da falta de expectativas.

Dá para acreditar que deste imbróglio saia alguma coisa que preste! Creio que a nossa maior semelhança é com os porcos na: lambança que é uma música que a banda toca neste “cabaré de cegos”. E este baile não tem data marcada para terminar. Haja estômago e paciência!

PS – Cacuia: Inaugurado em 1904, o Cemitério da Cacuia, que fica na Ilha do Governador, tornou-se sinônimo coloquial de morrer. “No Rio de Janeiro do início do século XX era muito comum dizer que alguém, quando morria, foi para a Cacuia..... Há uma outra explicação para o sentido do ditado. Teria vindo da língua Tupi. Kui significa cair, ir para a decadência. A duplicação de kui teria resultado em kukui, que acabou em cucuia. (Google)

Renato Gomes Nery é advogado.



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