Repórter News - reporternews.com.br
Efeito gangorra no PR
Depois do PMDB e do PT, cujos momentos conjunturais foram analisados aqui neste espaço nas últimas semanas, agora é a vez do Partido da República. Como o partido é novo e não tem muita história, por ser fruto da recente fusão do PRONA com o PL, não compensa perder tempo em tentar classificá-lo ideologicamente, já que é mais um ajuntamento de pessoas do que uma construção conceitual e coletiva. O que não deixa de ser um problema para a chamada democracia representativa, pois partidos devem (ou deveriam) representar estratos sociais específicos. Quando falha essa representação, de algum modo a democracia fica manca.
Opção ideológica à parte, o PR em Mato Grosso, apesar de ter a maior bancada de prefeitos, vereadores e de deputados estaduais, além de ter dois deputados federais e um senador, tende a viver o efeito estica-encolhe de todos aqueles que experimentaram o poder e depois o perderam.
Já viveram essa gangorra, com efeitos devastadores, o PDT, partido pelo qual Dante de Oliveira foi eleito governador em 1990, e agora o PSDB – ex-todo poderoso na época do mesmo Dante, mas que hoje se resume a um deputado estadual e um federal, que está conseguindo o mandato no tapetão. Também tem poucos prefeitos e vereadores.
Os efeitos do encolhimento foram bastante atenuados com a recente lei da fidelidade partidária. Isso explica, em parte, porque o PR ainda tem as maiores bancadas. Caso contrário, tudo leva a crer que já teria definhado bastante.
O que move os partidos é o poder ou a perspectiva de poder. Em tese, o PR teria boas perspectivas de poder para as eleições municipais de 2012 em cidades importantes, como Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis. Mas, repare que o verbo empregado está no futuro do pretérito.
Em Várzea Grande, Murilo Domingos voltou a ser o prefeito pior avaliado de Mato Grosso, segundo ranking de popularidade dos prefeitos, publicado nesta quinta pela KGM Pesquisas – que avaliou os administradores dos 50 maiores municípios do Estado.
O efeito Murilo será devastador para o PR em Várzea Grande ano que vem. Uma âncora que fará com que o partido tenha dificuldade até para ser aceito em outros palanques.
Em Cuiabá, em tese o PR também teria boas condições de disputa, já que possui o deputado Sérgio Ricardo, campeão de votos na capital do Estado nas últimas eleições. Mas a possibilidade republicana é limitada pela falta de coesão e comando partidário, sobretudo depois que o senador e maior líder do partido se derramou em elogios e convites ao empresário Mauro Mendes, para que este volte ao partido e seja seu candidato a prefeito de Cuiabá.
Apesar das tentativas de parte do partido em explicar que não foi bem isso que Blairo quis dizer, só a polêmica já retira de Ricardo as condições de favoritismo, já que terá que enfrentar duas guerras: a interna e depois ir para externa, pelo voto. Como a guerra interna sempre deixa muitas seqüelas, não se pode afirmar que Sergio Ricardo se manterá candidato, ou, em mantendo, em que condições chegará lá.
Já em Rondonópolis o ex-prefeito Adilton Sachetti se apresenta como o grande depositário das insatisfações e rejeições ao atual prefeito Zé do Pátio – o que é natural, por ser a primeira referência na memória do eleitor -, mas a entrada de Percival Muniz no páreo divide essa oposição, o que, em certo sentido, devolve alguma vantagem ao peemedebista Pátio na disputa.
O PR ainda tem que resolver sua relação com o governo do PMDB de Silval Barbosa. Hoje há um conflito violento no seio do governo pelos espaços que o partido ocupa, reclamados por tantos outros partidos, inclusive o PMDB. Além disso, se é o partido mais influente no governo, essa fatura será cobrada nas eleições do ano que vem. Se ceder muito, corre o risco de diminuir mais rápido. Se não ceder, corre o risco de perder espaços no governo. Nesse caso, não basta ser o maior, precisa ter habilidade política para se relacionar nesse emaranhado da conjuntura e da correlação de forças.
(*) KLEBER LIMA é jornalista e consultor de marketing em Cuiabá e diretor do site Hipernoticias. E-mail: kleber@hipernoticias.com.br.
Opção ideológica à parte, o PR em Mato Grosso, apesar de ter a maior bancada de prefeitos, vereadores e de deputados estaduais, além de ter dois deputados federais e um senador, tende a viver o efeito estica-encolhe de todos aqueles que experimentaram o poder e depois o perderam.
Já viveram essa gangorra, com efeitos devastadores, o PDT, partido pelo qual Dante de Oliveira foi eleito governador em 1990, e agora o PSDB – ex-todo poderoso na época do mesmo Dante, mas que hoje se resume a um deputado estadual e um federal, que está conseguindo o mandato no tapetão. Também tem poucos prefeitos e vereadores.
Os efeitos do encolhimento foram bastante atenuados com a recente lei da fidelidade partidária. Isso explica, em parte, porque o PR ainda tem as maiores bancadas. Caso contrário, tudo leva a crer que já teria definhado bastante.
O que move os partidos é o poder ou a perspectiva de poder. Em tese, o PR teria boas perspectivas de poder para as eleições municipais de 2012 em cidades importantes, como Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis. Mas, repare que o verbo empregado está no futuro do pretérito.
Em Várzea Grande, Murilo Domingos voltou a ser o prefeito pior avaliado de Mato Grosso, segundo ranking de popularidade dos prefeitos, publicado nesta quinta pela KGM Pesquisas – que avaliou os administradores dos 50 maiores municípios do Estado.
O efeito Murilo será devastador para o PR em Várzea Grande ano que vem. Uma âncora que fará com que o partido tenha dificuldade até para ser aceito em outros palanques.
Em Cuiabá, em tese o PR também teria boas condições de disputa, já que possui o deputado Sérgio Ricardo, campeão de votos na capital do Estado nas últimas eleições. Mas a possibilidade republicana é limitada pela falta de coesão e comando partidário, sobretudo depois que o senador e maior líder do partido se derramou em elogios e convites ao empresário Mauro Mendes, para que este volte ao partido e seja seu candidato a prefeito de Cuiabá.
Apesar das tentativas de parte do partido em explicar que não foi bem isso que Blairo quis dizer, só a polêmica já retira de Ricardo as condições de favoritismo, já que terá que enfrentar duas guerras: a interna e depois ir para externa, pelo voto. Como a guerra interna sempre deixa muitas seqüelas, não se pode afirmar que Sergio Ricardo se manterá candidato, ou, em mantendo, em que condições chegará lá.
Já em Rondonópolis o ex-prefeito Adilton Sachetti se apresenta como o grande depositário das insatisfações e rejeições ao atual prefeito Zé do Pátio – o que é natural, por ser a primeira referência na memória do eleitor -, mas a entrada de Percival Muniz no páreo divide essa oposição, o que, em certo sentido, devolve alguma vantagem ao peemedebista Pátio na disputa.
O PR ainda tem que resolver sua relação com o governo do PMDB de Silval Barbosa. Hoje há um conflito violento no seio do governo pelos espaços que o partido ocupa, reclamados por tantos outros partidos, inclusive o PMDB. Além disso, se é o partido mais influente no governo, essa fatura será cobrada nas eleições do ano que vem. Se ceder muito, corre o risco de diminuir mais rápido. Se não ceder, corre o risco de perder espaços no governo. Nesse caso, não basta ser o maior, precisa ter habilidade política para se relacionar nesse emaranhado da conjuntura e da correlação de forças.
(*) KLEBER LIMA é jornalista e consultor de marketing em Cuiabá e diretor do site Hipernoticias. E-mail: kleber@hipernoticias.com.br.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/artigo/606/visualizar/
Comentários