Brasil: Freud explica Vivemos hoje no Brasil uma dinâmica social totalmente alienada e perigosa
Vivemos hoje no Brasil uma dinâmica social-vida comunitária, cultural, política, religiosa, ética e moral, etc, totalmente alienada e perigosa, ou seja, um país dividido, rachado em grupos chamados de “direita, direita radical, esquerda”. Exemplos?
A chamada “pauta de costumes” é um exemplo. A também chamada “bancada evangélica” no parlamento nacional, pretende impor e está conseguindo, seus valores e ética, principalmente, comportamental, a toda população brasileira: aborto, drogas, questão de gênero, religião etc.
No STF, a discussão de temas que possam “incomodar” o eleitorado: aborto, questão de gênero, drogas, família, do que enfrenta-los, com uma discussão nacional em audiências públicas, ouvindo-se os especialistas no assunto, religiosos, sociedade organizada, etc. Freud, o consolidador da Psicanálise e seus métodos terapêuticos (ao contrário do que pensamos, o criador mesmo, o “Pai da Psiquiatria americana”, foi Benjamin Rush- 1746-1813 – mais de 100 anos antes de Feud), quer leiamos ou não seus escritos e teorias, não podemos escapar de sua influência no dia-a-dia: em discussões de mesa de bar, associações e grupos, rede social, usamos expressões e falas que ele analisou, ao dizer, por exemplo, que nossos distúrbios, loucuras, atos impensados e não explicados, não tem causa orgânica, mas mentais do indivíduo- emoções reprimidas, que precisamos dominar ou “purgar”- catarse.
Seu método: dar voz ao paciente, deitado num sofá e com liberdade de falar qualquer besteira ou loucura e o médico anotando e interpretando o significado da fala. Essa psicoterapia revolucionou a prática médica e sofreu grande rejeição dos médicos e da sociedade em geral: “velho louco, tarado”. Como aceitar a sexualidade infantil, o complexo de Édipo, ou seja, a criança (menina) já com ciúme da mãe, pois deseja o pai, ou o menino com ciúme do pai, pois deseja a mãe?
A novela Mandala, com Vera Fisher no papel da mãe de tem relação sexual com o filho, abordou o tema, que se repete todo dia, com o pai, padastro ou namorado da mãe violentando as filhas meninas, fato corriqueiro que acontece dentro lar, quase sem punição. Como cantou Caetano Veloso em “Vaca Louca, “ de perto ninguém é normal”. Ao abordar a “ansiedade” doença da moda no Sec. XIX, Freud disse que a explicação de cada emoção ou comportamento agressivo, está dentro de nós mesmos, e o que é pior, não temos quase nenhum controle sobre eles, pois estão no nosso inconsciente-ID, que até dormindo continua agindo “ (Interpretação o dos sonhos).
É a nossa parte “animal”: temos um impulso quase incontrolável de romper costumes, normas da comunidade; quebrar, bater, agredir o próximo, violentar, corromper, xingar etc, e depois dizemos “eu fiz isso? Não acredito”. Por exemplo, num jogo de futebol, começa a torcida a chamar o juiz de ladrão e alguém grita “ vamos invadir o campo”, e uma multidão invade, bate no juiz ou nos jogadores, quebra os assentos, etc. Atitude comum no Brasil e no mundo. Linchamentos populares até de inocentes, como da Escola Base de SP, depois verificado a inocência do casal dono da Escola, ou, outro fato- um homem acusado na rua de “estuprar uma criança”, linchado por populares, em SP. Daí, outra criação genial de Freud: “EGO”- o nosso egoísmo ou verdadeiro “EU” da personalidade (“ O rei está nú”), e o “SUPEREGO”- a luz/sinal amarelo que nos alerta quando estamos prestes a praticar um ato que fere nossos valores, e no causa remorso e sentimento de culpa, depois.
Mas, praticamos ou rompemos o sinal “amarelo”. Depois queremos subornar o guardar, buscar, apoio nas redes sociais- “todo mundo faz ou rouba, porque vou ser diferente”- atestado médico falso, mentira ou Fake News, traição, nação, familia e cidadania, perderam qualquer valor ético hoje no Brasil.. A nossa verdade é que vale- na família, no Congresso, nas igrejas.
É um mundo hobbsiano ,“guerra de todos contra todos” e, salve-se quem gritar mais alto ou mentir e enganar melhor. Afinal, sonhos, sexualidade, emoções, conflitos de personalidade, mentiras, atos agressivos, são a massa de barro de nossa verdadeira personalidade. Não adianta esconder, cedo ou tarde nosso verdadeiro EU vai aflorar, nas situações normais ou anormais. Freud explica.
Auremácio Carvalho é advogado.
Comentários