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Opinião
Quinta - 18 de Julho de 2024 às 00:58
Por: Licio Antonio Malheiros

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Tenho orgulho de ser cuiabano, nascido e criado no bairro do porto, com muito orgulho e satisfação.

Dentre tantos feitos memoráveis deste bairro acolhedor e aconchegante, que nos enche de orgulho e satisfação, um deles, sem sombra de dúvida é o conhecido inicialmente como camelódromo ou mesmo “paraguizinho”, este, acabou se tornando referência em Mato Grosso.

O Shopping Popular foi criado em 21 de abril de 1995 nos idos dos anos 80; o mesmo surgiu em função de a economia do país nessa época estar indo de mal a pior, em função disso muitos pais de famílias acabaram sendo demitidos de seus empregos e não conseguindo voltar para o mercado de trabalho, a opção que tiveram foi ir para às ruas e iniciaram suas sobrevivências no comercio informal, se instalando nas calçadas da capital, sempre capitaneados pelo líder dos camelôs, Misael Oliveira Galvão.

A exacerbação no número de desempregados informais nas calçadas da capital, chegando em 1992 a aproximadamente 400 camelôs, esse montante de camelôs nas calçadas acabou obrigando o prefeito da época coronel José Meireles, a abrir conversação com os camelôs tendo como liderança Misael Galvão, que logo em seguida se tornou presidente da Associação dos Camelôs do Shopping Popular; esse convencimento de mudança, não foi tão amistoso entre prefeitura e camelôs.


Porém, no frigir dos ovos o Shopping Popular, acabou se tornando a menina dos olhos não apenas dos moradores do porto como também de toda população cuiabana e mato-grossense, se tornando o nosso cartão de visitas.

Eis que, em uma madrugada fatídica aproximadamente as 2h20 do dia (15) de julho de 2024 de uma segunda-feira, teve início, um incêndio no Shopping Popular de Cuiabá, de proporção inimaginável destruindo o prédio por completo, queimando as 600 lojas ali existentes.

O que mais tocou em nossos corações, foi assistir a dor e sofrimento das pessoas, que possuíam espaço nesse local, e acompanharam pari passu a destruição do mesmo in loco, chorando e lamentando o acontecido.

Como, são 600 permissionários vou nominar apenas dois amigos; e em nome deles, quero estender a nossa dor e sofrimento aos demais permissionários.

O primeiro Diego (baia) um rapaz jovem que trabalha no seguimento de celulares; o segundo, um casal de amigos, Natalia Xavier de Oliveira e seu marido Elker Ferreira rapaz honesto e trabalhador, atuam no seguimento de alimentação produzindo suculentos pratos regionais, ambos residem no Piazza de Napoli no bairro do porto.

Poder público, nesse momento de dor e sofrimento, os grupos políticos historicamente antagônicos, pelo menos, neste momento difícil baixaram as guardas e foram em busca de um entendimento, na busca da melhor forma para ajudar essas pessoas sofridas; não, com falácias, utopias ou viés político, e sim, com ações propositivas.

Pelo menos nas falas, os Poderes Constituídos (leia-se) Executivo Estadual, Executivo Municipal, Legislativo Estadual e Municipal, reunidos em uma mesma entrevista televisiva, resolveram destinar: emendas parlamentares, linhas de crédito a juros quase zero e por aí vai, esperamos que isso, não seja usado como palanque eleitoral.

É nesse momento de dificuldade que as arestas são deixadas de lado, entrando em cena, a resiliência algo peculiar do povo brasileiro, isso é motivo de orgulho para todos nós.

Licio Antonio Malheiros é geógrafo.



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