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Opinião
Sexta - 27 de Setembro de 2024 às 00:51
Por: Eli Ambrósio do Nascimento

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As mudanças climáticas são uma realidade crescente e preocupante, com impactos significativos na saúde global. Entre os grupos mais vulneráveis a esses efeitos estão os idosos. As ondas de calor e altas temperaturas, em particular, representam uma ameaça séria para a saúde desta população. E Mato Grosso é um dos estados brasileiros com maior incidência de ondas de calor.


Mas, como essas condições climáticas extremas afetam a saúde dos idosos?

Os idosos são mais suscetíveis à desidratação devido à diminuição da sensação de sede e da capacidade dos rins de conservar água. A desidratação pode levar a problemas sérios como insuficiência renal e choque.

Uma condição potencialmente fatal, o golpe de calor ocorre quando o corpo não consegue regular sua temperatura interna. Idosos têm menor capacidade de dissipar o calor, tornando-os mais vulneráveis a esta condição.

Altas temperaturas podem exacerbar condições cardiovasculares existentes, aumentando o risco de eventos como infarto e insuficiência cardíaca.

O calor extremo ainda pode piorar doenças respiratórias crônicas, como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), devido ao aumento de poluentes atmosféricos e alérgenos.

Por outro lado, a exposição prolongada ao calor pode causar confusão, desorientação e exacerbação de doenças neurológicas como Alzheimer e outras demências.

E quais medidas podem ser adotadas para preveni-las?

É importante incentivar os idosos a beberem líquidos regularmente, mesmo que não sintam sede. Água, sucos naturais e bebidas eletrolíticas são boas opções. Evitar bebidas alcoólicas e com cafeína, que podem contribuir para a desidratação.

Outra dica é manter os ambientes internos frescos é crucial. Usar ventiladores, ar-condicionado, além do umidificador, ou frequentar locais com climatização adequada durante os períodos mais quentes do dia.

Vestir roupas leves, de cores claras e de tecidos que permitam a transpiração. Utilizar chapéus de aba larga e óculos de sol ao sair de casa.

Atividades ao ar livre para os períodos de menor calor, como início da manhã ou final da tarde. Evitar esforços físicos intensos durante os momentos de pico de calor.


Consumir refeições leves e ricas em água, como frutas e vegetais, que ajudam na hidratação e no controle da temperatura corporal.

Educar os idosos e seus cuidadores sobre os sinais de desidratação e golpe de calor, como pele seca, confusão, tontura e fraqueza, para que possam buscar ajuda rapidamente.


Também é muito importante estabelecer planos de ação em caso de emergência, incluindo contatos de emergência, locais de refúgio climatizados e estratégias para manter a comunicação.

A adoção de hábitos saudáveis, a criação de ambientes seguros e frescos, e a educação sobre os riscos e sinais de alerta podem reduzir significativamente os impactos negativos do calor extremo na saúde dos idosos. E se perceber que o calor está afetando a saúde do idoso, procure um especialista.

Dr. Eli Ambrósio do Nascimento (CRM/MT 5112 | RQE 2796) é médico de família e comunidade com foco na saúde do idoso e integra o quadro clínico do Centro Médico TGA, em Tangará da Serra (MT)



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