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Opinião
Segunda - 21 de Outubro de 2024 às 00:24
Por: Giovana Fortunato

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A Sociedade Internacional de Menopausa (International Menopause Society - IMS), em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS), designou o dia 18 de outubro como o Dia Mundial da Menopausa.


Em 2022, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relatou que a expectativa de vida da população masculina chegou a 72,2 anos e a feminina atingiu 79,3. Com esse aumento da expectativa de vida, as mulheres passam 1/3 da vida no período pós menopausa, o que leva a medicina a estudar estratégias para assegurar uma qualidade de vida e evitar as consequências patológicas que a menopausa pode trazer à saúde feminina.

A transição menopáusica é o período de vida da mulher caracterizado por transformações físicas e emocionais, decorrentes do desequilíbrio da produção hormonal. É um momento de mudança, cujos sintomas variam de pessoa a pessoa e podem impactar negativamente a qualidade de vida da mulher.

As ondas de calor, também conhecidas como fogachos, são um dos sintomas mais típicos da menopausa. Resultam de alterações no centro de regulação da temperatura corporal e acontecem predominantemente à noite, interferindo de forma importante na qualidade do sono. Podem ocorrer também ao longo do dia, gerando em muitas mulheres, constrangimento e ansiedade.
Entretanto, além dessas características, os fogachos e suores noturnos vêm se constituindo marcadores de risco cardiovascular. Mulheres com esses sintomas mais intensos têm maior incidência de infarto do miocárdio (coração) e acidente vascular cerebral (derrame).

Hábitos alimentares saudáveis, cuidados com o sono, exercício físico e controle do estresse podem melhorar essa sintomatologia. A perda de densidade óssea na menopausa é um contribuinte significativo para taxas mais altas de osteoporose e fraturas. A mulher climatérica pode apresentar repercussões psicológicas pela incapacidade reprodutiva, sinal marcante de envelhecimento; físicas com as mudanças metabólicas e de distribuição da gordura corporal; osteomusculares com a maior atividade de reabsorção óssea e sarcopenia; gênito-urinárias com secura e ardor vaginal, alteração do controle da urina; sexuais com redução importante da libido e maior dificuldade de atingir o orgasmo.

Mas, sem dúvida, a terapia hormonal da menopausa é o tratamento mais eficaz para ajudar as mulheres a não sofrerem com os desagradáveis efeitos dessas ondas, porém o tratamento deve ser individualizado para cada paciente, avaliando também as contra indicações para terapia hormonal.

A OMS considera que o apoio à saúde social, psicológica e física durante a transição e após a menopausa deve ser parte integrante dos cuidados de saúde.

Além disso, recomenda a inserção do diagnóstico, tratamento e aconselhamento relacionado ao gerenciamento dos sintomas da menopausa como parte da cobertura universal de saúde, além de promover a inclusão de treinamento sobre menopausa e opções de tratamento nos currículos pré-serviço para os profissionais de saúde.

A OMS também enfatiza uma abordagem de saúde e bem-estar ao longo da vida, garantindo que as mulheres tenham acesso a informações e serviços de saúde apropriados para promover o envelhecimento saudável e uma alta qualidade de vida antes, durante e após a menopausa.

Informações de conscientização não só para as mulheres, mas também para familiares e sociedade em geral são essenciais para ajudá-las a atravessar esse mar revolto de pluralidade de sensações. Você não está sozinha.

Dra. Giovana Fortunato é ginecologista e obstetra, docente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do HUJM e especialista em endometriose e infertilidade no Instituto Eladium, em Cuiabá (MT).



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