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Opinião
Terça - 24 de Maio de 2011 às 14:27
Por: Lourembergue Alves

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 A pouco mais de um ano das eleições de 2012, os partidos já se movimentam. Tais como as pedras do tabuleiro de xadrez, são levados de um lado para outro. De acordo com os interesses imediatos de suas lideranças. Estas se articulam, negociam e, na maioria das vezes, tentam cooptar nomes com potencial para disputarem as prefeituras de seus respectivos municípios. 

Essas disputas, na verdade, constituem aperitivos ou preliminares, cuja partida de fundo é a eleição para governador e/ou a de presidente da República. Vejam, por exemplo, o PT e o PMDB em São Paulo. Eles decidiram, separadamente, lançar candidaturas à chefia da administração pública da Capital. Visa de todo modo, destronar o tucanato no seu próprio ninho. Tarefa nada impossível, sem, contudo, ser fácil. Pois, há muito tempo, os peessedebistas governam o Estado, e, fazem deste, trunfo valioso na briga pela presidência da República.

Aliás, por conta dessa briga, grupos do mesmo partido, o PSDB, estão em conflito, semelhante à brincadeira de parigatos. Ainda não se sabe quem será o “vencedor” do momento: ou o liderado por Aécio Neves ou o capitaneado por José Serra. Suspeita-se, inclusive, que partiu deste a idéia – embora negada - de se criar outra agremiação, agora materializada no PSD de Kassab.

De todo modo, o PSD, que nasceu em meio a essa briga entre tucanos e a desorganização da oposição, se encorpa em razão de ser uma “janela” para os descontentes das mais variadas agremiações partidárias – longe de serem apanhados pela legislação. Assim, esse partido ganha “musculatura”. Em Mato Grosso, por exemplo, já se coloca como a grande força. A ponto de provocar ciumeiras dentro da chamada base aliada. Também, pudera, existe todo um trabalho para cooptação de figuras expressivas de cada localidade com vistas às eleições de 2012.

Temendo ficar para traz, a figura-mor peemedebista também procura “mexer” as peças no tablado de xadrez da política regional. Desestimula as saídas de filiados, ao mesmo tempo em que arregimenta outros, com reais condições de arrebatar votos, sobretudo nas cidades-polos do Estado. Para tal empreitada se vale do endosso do governador. Este pertence ao PMDB. Embora careça, igualmente, do apoio do PP. Sigla que estivera ao seu lado muito antes da caminhada rumo à reeleição, assim como igualmente se comporta o PT. Partido que atravessa a pior fase de sua história no Estado, em razão da queda de braços entre duas de suas maiores lideranças. O que deixa a sigla petista bem distante das demais em termos de conquistas de prefeituras.

Situação não igual, mas bastante próxima da apresentada pelo PP. Partido que deve ter a maior baixa por ocasião das migrações para o novo partido. Migrações que ocorrem no Oeste mato-grossense, embora em menor escala do que já se percebe no Nortão e na Grande Cuiabá, e são latentes no Sul – região onde os progressistas sempre foram minorias. Abaixo do PPS que, ao lado de outros três partidos, insiste no “Movimento Mato Grosso Muito Mais”.
 
Já um tanto enfraquecido pela crise interna do PDT, perda de identidade do PV e pela incoerência do PSB, cujo presidente resolveu esquecer as rusgas internas e aproximar-se do empresário-socialista – considerado o mais forte na disputa em Cuiabá. Por isso, paparicado tanto pelo PMDB como pelo PR, os quais têm bastantes dificuldades na Baixada. Mesmo com a queda de rendimento eleitoral do DEM e o “ostracismo” do PSDB. 
 
Quadro sugestivo. Ainda que não seja definitivo. Porém valioso para o eleitor. Faça, então, suas apostas.    

Lourembergue Alves é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.


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