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Opinião
Quarta - 18 de Maio de 2011 às 14:25
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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Um novo escândalo é desenhado no céu da república brasileira, onde num passado recente pontificaram os mensalões, o dinheiro na cueca e outras infelicidades. Estranha-se que o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci – que já esteve sob investigação no caso do lixo quando era prefeito de Ribeirão Preto e como participante de festas de lobistas em Brasília, quando ministro da Fazenda – tenha multiplicado por 20 o seu patrimônio durante os quatro anos que exerceu o mandato de deputado federal. Quando se elegeu para a Câmara, em 2006, ele declarou patrimônio de R$ 375 mil e recebeu perto de R$ 1 milhão durante os quatro anos.  Mas no ano passado, comprou um apartamento e um escritório avaliados em R$ 7,4 milhões. Justifica que ganhou esse dinheiro com trabalhos de consultoria, o que não é proibido aos parlamentares.

 Torcemos, sinceramente, para que o ministro consiga provar a lisura das transações e, com isso, acabe o mais rápido com o possível escândalo, que pode macular o governo. Mas não abrimos mão da mais acurada apuração sobre o fato. A transparência é a grande luz que deve pairar sobre a democracia e, através dela, a sociedade pode evitar os desvios e os governantes e lideranças ganham crédito e o respeito da população.
 
Todo indivíduo - mais especialmente os detentores de mandatos ou cargos públicos - tem o dever de ser honesto. Não pode e nem deve admitir que sua honorabilidade seja colocada em dúvida, sob pena de perdê-la, efetivamente. Assim, Palocci tem o dever de esclarecer sua evolução patrimonial sob todos os aspectos e, feito isto, se conseguir a carta de honorabilidade, tem de exigir as devidas reparações daqueles que o acusam (no caso, sem provas). O mesmo deveria ser feito por todos os acusados, de forma a não restar mais dúvida sobre os questionamentos. 
 
Tornou-se tradição no meio político-administrativo brasileiro os políticos acusarem-se mutuamente, montarem esquemas escandalosos de desgaste dos seus adversários e, passada a motivação, todos os envoldidos, por mais estranho que isso pareça, se esquecerem dos problemas enfaticamente abordados. Resta ao povo, como única opção, pensar que tudo o dito é verdade, e os acusados e acusadores chegaram a um acordo onde todos ficam equiparados à popular “farinha do mesmo saco”. Temos de reagir contra esses expedientes de interesse sazonal, normalmente eleitoreiro. Toda denúncia tem de ser apurada até o fim, para condenar ou absolver o denunciado. No caso de absolvição, o falso denunciador tem de ser punido para não tornar a delinqüir. Com isso, faremos a vida pública voltar a ser respeitada pelo povo.

Não podemos continuar convivendo com a farsa do corporativismo e da impunidade. Ela faz mal a um país que luta para ser potência e merecer o respeito internacional. Tem de se acabar com os maus hábitos...


Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)



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