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Opinião
Quarta - 18 de Maio de 2011 às 07:52
Por: Domingos Orestes Chiomento

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A Contabilidade tem registros desenhados há mais de 6.000 anos antes de Cristo. Durante muito tempo, a Contabilidade foi feita manualmente. Só por volta de 1950 é que começaram a surgir novas formas de escrituração.

Inicialmente, a ficha tríplice, que consistia num impresso que tinha três vias carbonadas. Em seguida, vieram as máquinas de Contabilidade: Ruff, Ascota, Olivetti e outras. Paralelamente, existiam as calculadoras que, inicialmente, calculavam apenas as três primeiras operações: soma, subtração e multiplicação. Havia também uma máquina mecânica, que era a coqueluche, a famosa Facit, que fazia essas três operações e também a divisão. "O mundo calcula com a Facit", dizia o anúncio da marca.

 O mundo mudou e a profissão do Contador deu um salto muito grande na história: da caneta tinteiro bico fino mosquitinho, passando pela caneta esferográfica, as máquinas eletromecânicas e chegando aos modernos e potentes computadores.

Não tardaram a chegar os primeiros computadores pessoais, em 1991: Apple, Prológica, IBM,  Borroughs etc., juntamente com as primeiras impressoras matriciais e, em seguida, as de jato de tinta. A tecnologia avançou tanto que quase não é possível imaginar como tudo era feito até então. Hoje, todos os sistemas fisco-contábeis operacionais estão integrados: Nota Fiscal Eletrônica e todas as obrigações acessórias integradas ao Sped (Sistema Público de Escrituração Digital).

Então, como fica a profissão contábil?
O Brasil adotou o padrão internacional de Contabilidade. Hoje, fazemos parte da harmonização contábil ao lado das mais avançadas economias do mundo. São mais de cento e vinte países que integram esse tratado de adoção das Normas Internacionais e que representam mais de 85% do PIB mundial.

Por outro lado, o perfil do Contador passa por  uma grande transformação. Os conceitos que já vinham sendo aplicados nestes últimos trinta anos também mudaram. O leasing era lançado como despesa; hoje, é investimento no imobilizado. Há novos grupos dentro do Ativo e Passivo; as depreciações passam a ser feitas em função da vida útil do bem, menos o valor de venda no término da sua vida útil.

Por este exemplo dá para perceber o quanto mudou o conceito contábil e que hoje temos um novo Contador. Usando uma metáfora, a Contabilidade vinha sendo feita como se estivéssemos dirigindo um carro, olhando pelo retrovisor. Agora, temos que fazer a Contabilidade como se estivéssemos dirigindo o carro olhando para frente.

O Contador do futuro tem de estar atualizado de forma eclética, sob pena de o próprio mercado não aproveitar esse profissional. As empresas necessitam de excelentes profissionais. O Brasil está passando por um ciclo de prosperidade poucas vezes registrado na história econômica deste País.

* Domingos Orestes Chiomento é presidente do CRC SP (Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo), gestão 2010-2011.




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