É possível treinar o cérebro para enxergar melhor
Um dos avanços mais expressivos da oftalmologia não implica em lentes ou cirurgia, mas em treinar o cérebro para enxergar melhor. Mais: não há restrições nem em termos de idade, nem de condição física. Basta ter acesso a um computador e disciplina para realizar as sessões de acordo com as recomendações do oftalmologista.
“Perto dos 40 anos, a pessoa começa a sentir mais dificuldade para enxergar letras pequenas e médias, ler com pouca luz, ou mesmo para realizar tarefas rotineiras, como fazer a barba ou a maquiagem. Agora a presbiopia pode ser controlada com os exercícios do programa RevitalVision”, diz o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo.
A técnica, que vem sendo utilizada não só por quem sofre de presbiopia, mas também no pós-operatório da cirurgia de catarata, da cirurgia a laser, e por crianças que têm ambliopia – síndrome do olhinho preguiçoso – apresenta resultados otimistas. De acordo com o médico, o ponto alto do programa que estimula a neuroadaptação é ensinar o cérebro a enxergar melhor sem cirurgia, sem óculos, sem medicamentos e sem riscos ou efeitos colaterais. “Como qualquer outro treinamento, basta que o paciente se disponha a realizar duas ou três sessões por semana, de cerca de 20 minutos cada uma. Em média, 20 sessões são suficientes para enxergar melhor. Nos casos de ambliopia, é necessário um esforço dobrado: 40 sessões de 40 minutos cada”.
Neves diz que o treinamento pode ser realizado em casa, com o auxílio do computador e o monitoramento de um profissional habilitado. “O RevitalVision é uma terapia que melhora a visão neural, estreitando a comunicação entre os neurônios. Foi aprovada em 2005 pelo FDA e, mais recentemente, pela Anvisa. Geralmente, depois da décima sessão a pessoa já nota mais facilidade para ler jornal e executar tarefas que antes exigiam o uso de óculos para perto”.
Durante as sessões, a pessoa é submetida a diversas tarefas visuais que consistem em focar imagens com padrões ligeiramente diferentes no contraste, orientação e tamanho. “A regularidade dos treinamentos é muito importante, já que o cérebro aprende a ser mais eficiente e a melhorar o processo da visualização, elevando a acuidade em duas linhas da tabela oftalmológica”, diz o especialista.
Fonte: Dr. Renato Neves, médico oftalmologista, diretor do Eye Care Hospital de Olhos
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