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Opinião
Segunda - 28 de Março de 2011 às 09:29
Por: Dirceu Cardoso Gonçalves

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A dengue, mal conhecido no Brasil há mais de um século e meio, torna-se, a cada ano, um desafio maior aos brasileiros e, principalmente, às autoridades de saúde. Ausente e tida como extinta entre os anos 20 e 60 do século passado, a enfermidade voltou a ocorrer em larga escala a partir dos anos 80. Sua reintrodução, segundo observações, deu-se a partir de países vizinhos, e o mal vem aumentando em razão de uma série de fatores estruturais, principalmente, pela falta de conscientização da população sobre o mosquito transmissor. Neste ano, há a agravante da entrada do tipo 4, uma nova espécie de vírus já registrada em alguns pontos do país e para a qual a população não tem imunidade.

Acometido pela dengue, o paciente padece de febre, falta de apetite, fortes dores de cabeça, músculos e olhos e, quando se recupera, fica imune àquele tipo. Mas fica mais fácil contrair a forma hemorrágica, que leva à morte. Mesmo na forma não letal, o sofrimento é grande e os prejuízos econômicos também, pois a vítima tem de se ausentar do trabalho, estudos e demais atividades.

Nos últimos 30 anos, temos presenciado inúmeras campanhas de conscientização do povo para a eliminação dos criadouros do mosquito. Mas, lamentavelmente, essa mobilização não tem surtido os efeitos desejados. Tanto que a dengue se alastra e apresenta-se como um mal de difícil solução, atingindo periferias e áreas de alto poder aquisitivo das capitais e das principais cidades brasileiras. A falta de comprometimento da população é tão grande que, além de não adotar as práticas indicadas, proprietários de imóveis criam dificuldades para a entrada de fiscais. Algumas localidades aplicam multas, mas isso não é o suficiente.

O mosquito e a dengue não conhecem cercas, muros ou divisão de classes sociais. Alastram-se por igual em todo o seu redor. Mas nem essa constatação tem servido para motivar a população a um manejo adequado de suas casas, estabelecimentos e terrenos. A união, os estados e os municípios precisam adotar medidas mais eficientes para conseguir o controle. Além de multar, também processar e até levar à prisão aqueles que, por falta de cuidados, contribuírem para o avanço da doença. Pedir ao Ministério Público que acompanhe o problema e processe por negligência todos aqueles cujo comportamento colocar em risco a saúde de terceiros. Tem de se estabelecer a verdadeira operação de guerra e, se necessário, utilizar até recursos militares para a execução das tarefas.

Em todas as partes do mundo, em tempos de paz, as forças militares são empregadas na garantia de atividades e serviços sociais. No próprio Brasil, existem muitos bons exemplos de serviços de engenharia, ação social e outros. O mais recente é o apoio à retomada das comunidades cariocas controladas pelo tráfico. Diante da iminência da dengue, causada pela falta de cidadania, caberia muito bem o apoio das unidades militares para a verdadeira erradicação do mal. Questão de bem-estar da comunidade...

 Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)
 



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